EUA suspendem sanções contra Venezuela para compras relacionadas à covid-19

Os Estados Unidos suspenderam a parte das sanções contra a Venezuela nesta quinta-feira (17). O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC-siglas em inglês) publicou uma licença que levanta as penalidades a empresas que façam transações relacionadas ao combate à covid – 19 com o Estado venezuelano.

O documento libera o Banco Central da Venezuela e outras três entidades bancárias estatais a realizar operações com empresas estadunidenses. No entanto, não permite transações com a Petróleos da Venezuela SA (PDVSA) ou com o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (Bandes).

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A licença também não autoriza a exportação ou reexportação de bens, tecnologia ou serviços para militares, órgãos de inteligência ou agentes do governo. Também destaca que não irá desbloquear propriedade qualquer que esteja sob embargo da Casa Branca.

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A medida chega logo depois da repercussão negativa internacional do bloqueio de cerca de U $ 10 milhões da Venezuela para compra das vacinas do consórcio Covax. O valor foi bloqueado pelo banco suíço UBS, que estava “investigando” a origem do dinheiro.

Além disso, desde 2020, o secretário geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres e a Comissão Especial de Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediam pela suspensão de todas as medidas para proteger durante uma pandemia. Em março ano, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução contra as medidas coercitivas uniaterais. Somente o Conselho da União Europeia sanciona uma lista de 33 países, enquanto os Estados Unidos penalizam 34 nações.

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Desde 2015, a Venezuela sofre com 150 medidas coercitivas e um bloqueio econômico atribuído pelos Estados Unidos e União Europeia, que já gerou um prejuízo de cerca de U $ 130 bilhões ao país.

A vice-presidente Delcy Rodríguez denunciou que a Venezuela seria o quinto país que mais sofre com sanções unilaterais dos Estados Unidos.

Apesar do bloqueio, segundo dados oficiais, o país mantém uma taxa de recuperação de 92% dos pacientes, com um total de 255 mil infectados e 2. 886 falecidos pelo novo coronavírus.

De acordo com o Ministério de Saúde, 11% da população venezuelana foi vacinada, através das doses compradas da Rússia e das doações da China.