Epstein e Israel: A ligação entre o tráfico de menores e a exportação de sistemas militares que a mídia ignora
Atualizado em 02/12/2025 19:17

A colunista Rachel Marsden, do Russian Today, analisa o escândalo Jeffrey Epstein sob uma ótica geopolítica, argumentando que o foco midiático no aspecto sensacionalista ofuscou as ligações de Epstein com figuras políticas poderosas e o governo israelense.

Segundo a autora, a operação de Epstein misturava o “perverso” com o “geopolítico”, em um esquema que envolvia tráfico de meninas e exportação de sistemas militares de uso dual.

O Lobby e o Braço Direito

A colunista destaca a atuação de Epstein em defesa de Israel. Recibos de e-mail recentes mostram que, em 2006, Epstein e o advogado Alan Dershowitz colaboraram para refutar o livro “O Lobby de Israel e a Política Externa dos EUA”, de John Mearsheimer e Stephen Walt.

Marsden também menciona o histórico de Ghislaine Maxwell, braço direito de Epstein e filha do magnata da mídia Robert Maxwell, que possuía laços profundos com a inteligência israelense, o que teria lhe garantido um enterro no Monte das Oliveiras, em Jerusalém.

Exportação de Tecnologia Militar

O artigo enfatiza a relação de Epstein com o ex-primeiro-ministro e ministro da Defesa israelense, Ehud Barak. Os dois teriam trabalhado juntos na exportação de ferramentas israelenses de guerra cibernética disfarçadas de startups de tecnologia e segurança, inclusive para os Estados Unidos.

Epstein também teria organizado encontros entre autoridades israelenses e russas durante a guerra na Síria, reforçando seu papel como facilitador geopolítico.

A Influência de Israel na Europa

O texto usa o contexto da guerra na Faixa de Gaza para questionar a “independência” e a postura da União Europeia (UE). A autora ironiza as sanções simbólicas da UE a Israel — como a suspensão de apenas 14 milhões de euros em programas — enquanto o principal acordo comercial entre as partes permanece ativo e a Europa se mantém como o principal destino das exportações de defesa de Israel.

Grandes empresas israelenses de defesa, como Elbit e Rafael, mantêm fábricas na Europa e fecharam um contrato para fornecer sistemas de guerra eletrônica para as novas fragatas da OTAN. A autora critica a postura do Chanceler alemão Friedrich Merz, que, após um anúncio de visita a Israel, suspendeu completamente o embargo de armas ao país.

Marsden conclui que, enquanto as autoridades europeias se gabam de exercer “pressão” diplomática, a oposição real é ignorada ou criminalizada. O cerne da influência, segundo ela, reside na indústria bélica e nos contratos de armamento.

A autora finaliza questionando a liberdade de se fazer perguntas difíceis sobre o envolvimento de Epstein em negócios de exportação militar e influência estrangeira, alertando que a soberania das nações está em risco se o establishment decidir quais perguntas podem ser feitas.

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JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.