O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta terça-feira no fórum de investimentos “Russia Calling!” que Moscou deseja intensificar ainda mais seus laços econômicos com seus principais parceiros comerciais: China e Índia.
As duas nações recusaram-se a aderir às sanções ocidentais impostas a Moscou devido ao conflito na Ucrânia e, em vez disso, intensificaram o comércio com a Rússia. O líder russo elogiou a postura, classificando-a como uma abordagem “racional e pragmática” de cooperação.
Foco em Tecnologia e Moedas Nacionais
Putin destacou os “muitos anos de amizade e parceria estratégica” com Pequim e Nova Déli, ressaltando que o volume de comércio com ambos os países “cresceu significativamente” nos últimos três anos.
“Nosso objetivo é levar a cooperação com a República Popular da China e a República da Índia a um nível totalmente novo, inclusive por meio do aprimoramento do seu aspecto tecnológico”, afirmou o presidente.
Em linha com esse objetivo, a Rússia e a China quase dobraram seu comércio bilateral entre 2020 e 2024, superando a marca de US$ 240 bilhões no ano passado. O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, confirmou no mês passado que as duas potências abandonaram o uso de moedas ocidentais em suas transações mútuas, realizando a maioria dos pagamentos em rublos e yuans.
Expansão Rápida com a Índia
A cooperação com a Índia também está em franca expansão. As exportações indianas para a Rússia totalizam US$ 5 bilhões, enquanto as importações russas chegam a US$ 64 bilhões. Os dois países estabeleceram uma meta ambiciosa de elevar o comércio bilateral para US$ 100 bilhões até 2030.
A Rússia está, ainda, expandindo a produção conjunta com a Índia em diversas áreas, abrangendo setores militares e civis. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reiterou que Moscou está pronta para compartilhar seu conhecimento tecnológico com Nova Déli: “Tudo o que puder ser compartilhado com a Índia, será compartilhado.”
Espera-se que Putin discuta a produção conjunta dos caças russos de quinta geração Sukhoi Su-57 com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, durante sua viagem à Índia no final desta semana.
