Putin: Rússia está "pronta agora" para autodefesa se Europa iniciar guerra; Alemanha alerta OTAN para ataque até 2029
Atualizado em 02/12/2025 17:57

O presidente russo Vladimir Putin afirmou nesta terça-feira que a Rússia não tem planos de lutar contra os países europeus, mas, caso a Europa queira guerra, Moscou está “pronta agora”. A declaração, feita durante um fórum de investimento, veio acompanhada da acusação de que os europeus não possuem uma “agenda pacífica” e estão “do lado da guerra”, em referência ao apoio ocidental à Ucrânia.

Negociação Apenas com Washington

Putin intensificou o tom ao alertar sobre as consequências de uma escalada. “Se a Europa decidir entrar em guerra com a Rússia e começar, de fato, uma guerra, poderá chegar rapidamente a uma situação em que Moscou não terá ninguém com quem negociar,” disse o presidente russo. Ele também classificou as exigências europeias para o fim da invasão total da Ucrânia como “inaceitáveis” para o Kremlin.

O líder russo reiterou mais uma vez a posição de que Moscou só negocia com a administração dos Estados Unidos. Putin alega que os líderes europeus estão “atrapalhando” a administração de Donald Trump em seus esforços para “chegar a um acordo de paz através de conversações”, o que justifica a recusa russa em sentá-los à mesa. O Kremlin também continua a recusar qualquer negociação com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy.

Alerta de 2029 e Ataques Híbridos

Enquanto Moscou lança ameaças diretas, autoridades alemãs alertaram recentemente que esperam que a Rússia esteja pronta para atacar a OTAN até 2029. O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, declarou que novas avaliações dos serviços secretos mostram que Moscou está de fato preparando a opção de um ataque futuro contra a União Europeia (UE) e a OTAN.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão emitiu um comunicado urgente: “Os nossos serviços de informação estão a emitir avisos urgentes: no mínimo, a Rússia está a considerar travar uma guerra contra a OTAN em 2029.” O comunicado concluiu: “Temos de impedir novas agressões russas, juntamente com os nossos parceiros e aliados.”

Os países europeus têm registrado um aumento de atividades suspeitas ligadas à Rússia e de ataques híbridos orquestrados por Moscou. Estes incluem ciberataques, tentativas de sabotagem e até incursões de drones e mísseis no espaço aéreo europeu da OTAN.

Resposta Inadequada da UE

Ações como drones não identificados, que provocaram o encerramento de aeroportos nos Estados Bálticos, Europa de Leste, Bélgica e Alemanha, além das incursões de caças russos no espaço aéreo da Estónia, têm exposto vulnerabilidades.

O Comissário Europeu para a Defesa, Andrius Kubilius, admitiu à Euronews que a resposta da UE a esta situação continua a ser inadequada. Ele destacou que a falta de capacidades de deteção suficientes e de meios econômicos para destruir drones estão mudando as doutrinas de guerra. “Isto mostra que a forma como nos estamos a preparar, como podemos mudar a nossa compreensão das doutrinas de guerra modernas, não está ao nível necessário”, concluiu Kubilius.

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JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.