A União Europeia (UE) está preparando um pacote de sanções comerciais como medida de pressão contra países que se recusam a aceitar a repatriação de seus próprios cidadãos que tiveram a permanência negada no bloco. A proposta centraliza-se na revisão do acesso com tarifas reduzidas oferecido pelo programa de Sistemas de Preferências Generalizadas (GSP).
O uso da economia como ferramenta de readmissão
O projeto, que já foi acertado entre os braços Legislativo e Executivo da UE, visa a suspensão temporária de acordos comerciais com aquelas nações que descumpram obrigações internacionais relacionadas à readmissão de seus nacionais.
Esta manobra diplomática e econômica reflete diretamente a crescente pressão exercida pelos governos de viés populista e de ultradireita dentro do bloco, que demandam uma política de imigração e deportação mais rigorosa.
Críticas e os centros de triagem
O tema será levado à pauta em uma próxima reunião de ministros da Justiça e das Relações Exteriores da UE. A discussão incluirá o foco em centros de triagem e deportação situados em países terceiros – um modelo de gestão de fluxo migratório já testado em acordos envolvendo a Itália, Líbia e Tunísia.
Tais centros e políticas, entretanto, continuam a ser alvo de severas críticas por parte de diversas entidades de direitos humanos, que apontam preocupações éticas e de tratamento dos migrantes.
