Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que os atos de 8 de janeiro de 2023 não podem ser considerados uma tentativa de golpe de Estado. Durante entrevista a uma rádio da Paraíba, ele criticou as penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu uma revisão das condenações.
“O que aconteceu não pode se repetir, foi uma agressão às instituições. No entanto, classificar aquilo como um golpe é um exagero. Golpe tem que ter um líder, apoio de instituições como as Forças Armadas, e isso não aconteceu”, declarou Motta.
Hugo Motta diz que não houve tentativa de golpe no 8/1. “Ali foram vândalos, baderneiros.”
— Metrópoles (@Metropoles) February 7, 2025
Novo presidente da Câmara dos Deputados também criticou altas penas atribuídas pelo STF aos condenados.
“Você não pode penalizar uma senhora que passou na frente lá do palácio, não fez… pic.twitter.com/ZM13zY2tRk
Parlamentar critica punições e defende revisão
O presidente da Câmara classificou os participantes da invasão como “vândalos e baderneiros” que reagiram à derrota eleitoral de Jair Bolsonaro. Segundo ele, as instituições responderam de forma rápida e eficaz.
Motta também questionou a severidade das penas aplicadas pelo STF. Ele defende que apenas aqueles que depredaram o patrimônio público sejam punidos.
“Não se pode penalizar uma senhora que apenas passou na frente do Palácio e recebeu 17 anos de prisão em regime fechado. Existe um certo desequilíbrio nisso. Precisamos punir quem quebrou e depredou, mas sem exageros”, afirmou.
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Possível anistia e relação com o Judiciário
Motta recebeu 444 votos na eleição para a presidência da Câmara e contou com o apoio de partidos como PT e PL, do ex-presidente Bolsonaro. Ele admitiu que a discussão sobre a anistia dos envolvidos pode gerar atrito com o Judiciário e o Executivo.
“É um tema sensível. Não posso afirmar que vou pautar o projeto de anistia na próxima semana ou que nunca o farei. Precisamos de calma para analisar a questão e manter o diálogo com todas as partes”, disse.
Apesar disso, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, rejeitou qualquer possibilidade de anistia e classificou os atos como tentativa de golpe.
Entenda o caso: ataques de 8 de janeiro e a polêmica das penas
- Em 8 de janeiro de 2023, manifestantes invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
- O STF condenou diversos participantes com penas severas, incluindo privação de liberdade.
- O presidente da Câmara, Hugo Motta, critica a classificação dos atos como tentativa de golpe.
- A possibilidade de anistia gera debate entre Legislativo, Executivo e Judiciário.
- O ministro Alexandre de Moraes reafirma a gravidade dos atos e rejeita a anistia.