Juliana Linhares estreia o show "Nordeste Ficção" pelo Youtube

Cantora potiguar mostra repertório do primeiro álbum solo na próxima quinta (29), às 21h, com reprise no domingo (2), às 17h; roteiro inclui canções de Belchior, Zé Ramalho e Dominguinhos inéditas em sua voz

Na quinta-feira, 29 de abril, acontece a estreia do show “Nordeste Ficção”, baseado no aclamado álbum de estreia homônimo da cantora, compositora e atriz potiguar Juliana Linhares. Por conta da pandemia a transmissão acontece virtualmente, direto do canal de Juliana no Youtube, às 21h. Uma reprise está marcada para três dias depois, no domingo, 2 de maio, às 17h.

Assista por esse link: https://www.youtube.com/user/jubaraujo

“Um mês e pouco depois de entregar o álbum para o mundo, tudo o que eu queria era encontrar as pessoas. Os saudosos shows. Mas estamos nesse momento delicado e vamos tentando sobreviver com os encontros possíveis, virtuais. É doido pensar no calor através da tela, mas é o que eu estou tentando, de coração, entregar. Um show-abraço, com suor de estreia. Não deixa de ter aquela emoção nervosa”, diz Juliana. “Dentro das condições pandêmicas, fazer um show já é um presente para mim. Cantar e trocar essa energia com todo mundo, ativar essa ficção e explodir a canção. Espero que as pessoas se conectem e sintam vontade de continuar.”

Escolhido por Juliana Linhares e Marcus Preto, diretor artístico do projeto, o repertório do espetáculo extrapola as canções apresentadas no álbum de estúdio. Em cena, a cantora interpretará também clássicos escritos por compositores nordestinos, como Alceu Valença (“Tesoura do Desejo”), Belchior (“Comentário a Respeito de John”), Dominguinhos (“Contrato de Separação”, parceria com Anastácia), Sivuca (“Capim do Vale”, dele e Paulinho Tapajós) e Zé Ramalho (“Galope Rasante”).

A produção musical do espetáculo é de Elísio Freitas, que também assume as guitarras na apresentação. A percussão fica por conta de Bóka Reis.

Ficha Técnica:

Músicos:
Guitarra, viola e produção musical: Elisio Freitas
Percussão: Bóka Reis

Direção Artística: Marcus Preto
Roteiro: Juliana Linhares e Marcus Preto
Produção: João Severo e Mira Barros
Beleza: Cora Marinho
Styling: Nathalia Gastim

Imagem e som:
Câmeras: Sergio Rodrigues e Vitor Souza Lima
Edição de imagens: Vitor Souza Lima
Luz: Lina Kaplan
Gravação, mix e master de áudio: Bruno Giorgi
Técnico auxiliar de gravação e monitor de áudio: Bruno Schulz

Setlist (em ordem alfabética)

Armadilha (Juliana Linhares/ Caio Riscado)
Balanceiro (Juliana Linhares/ Khrystal/ Moyseis Marques/ Sami Tarik)
Bolero de Isabel (Jessier Quirino)
Bombinha (Posada)
Capim do Vale (Sivuca/ Paulinho Tapajós)
Comentário a Respeito de John (Belchior)
Contrato de Separação (Dominguinhos/ Anastácia)
Embrulho (Chico César/ Juliana Linhares)
Frivião (Juliana Linhares/ Rafael Barbosa)
Galope Rasante (Zé Ramalho)
Lambada da Lambida (Chico César/ Juliana Linhares)
Meu Amor Afinal de Contas (Zeca Baleiro/ Juliana Linhares)
Nordeste Ficção (Juliana Linhares/ Rafael Barbosa)
Tareco e Mariola (Petrúcio Amorim)
Tesoura do Desejo (Alceu Valença)

Sobre o álbum “Nordeste Ficção”

Primeiro álbum solo de Juliana Linhares, “Nordeste Ficção” foi imaginado como um roteiro de teatro, um romance de autoficção ou um docudrama cinematográfico com dois quesitos a cumprir. Um trabalho que trouxesse beleza e alegria irresistíveis, remetendo aos LPs clássicos de Amelinha, Elba Ramalho, Cátia de França, Terezinha de Jesus e outros nomes da geração nordestina lançados na virada dos anos 1970 para os 1980. Lindo seria se também ecoasse a grandeza melódica e poética de compositores como Alceu Valença, Ednardo, Fagner, Belchior e Zé Ramalho. Seria ainda melhor se pudesse dialogar com os herdeiros deles nos anos 1990: Chico César, Zeca Baleiro, Rita Ribeiro, Lenine etc.

Em segundo lugar, o desejo era de que o álbum abrisse espaço para questionamentos sobre os significados de ser nordestino hoje. Nascida em Natal, Juliana foi viver no Rio de Janeiro em 2010. E essa mudança deu a ela um lugar de observação privilegiado a respeito dos clichês com que o resto do país enxerga o Nordeste. A reação a esses estereótipos – e também a compreensão deles – seria material para a criação das canções. E se o Nordeste é uma invenção, como cantou Belchior, a arte segue sendo o meio para desconstruir narrativas. E criar outros nordestes possíveis.

Produzido por Elísio Freitas sob a direção artística de Marcus Preto, “Nordeste Ficção” abre portas para todos esses encontros. Em 11 faixas, o álbum tem duas parcerias de Juliana Linhares com Chico César e uma feita com Zeca Baleiro, nomes fundamentais da geração 90. Traz a memória afetiva nordestina na regravação do clássico “Tareco e Mariola”, de Petrúcio Amorim. Apresenta tema inédito de Tom Zé, bastião da revolução tropicalista. Agrega compositores da nova geração: Posada, Moyseis Marques, Rafael Barbosa, Khrystal, Jessier Quirino e Caio Riscado. E conta com as participações de Letrux, Mestrinho e do próprio Zeca Baleiro