Paris – A releitura do quadro “Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos, causou reações intensas nesta sexta-feira (26).
Bolsonaristas criticaram a performance, que colocou a DJ Barbara Butch no lugar de Jesus e drag queens como apóstolos.
Resumo da Notícia
- Releitura da “Última Ceia” na abertura das Olimpíadas gera controvérsia.
- DJ Barbara Butch interpretou Jesus, com drag queens como apóstolos.
- Bolsonaristas criticam a performance nas redes sociais.
- Comparações com o atentado à revista Charlie Hebdo em 2015.
- Reações destacam a tensão entre valores religiosos e culturais.
Os #OlympicGames conseguiram meter uma santa ceia LGBTQIA+ na cerimônia de abertura sabe 🏳️🌈🏳️⚧️
— William De Lucca (@delucca) July 26, 2024
pic.twitter.com/OkpVF8WImf
Reações nas Redes Sociais
A performance inspirada na “Última Ceia” durante a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos provocou uma onda de críticas entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, usuários de extrema-direita expressaram seu descontentamento com a encenação, que substituiu Jesus pela DJ Barbara Butch e os apóstolos por drag queens.
Comparações com Charlie Hebdo e apologia ao Terrorismo
Alguns bolsonaristas compararam a performance ao atentado contra a redação da revista Charlie Hebdo em 2015, que resultou na morte de 12 pessoas. Eles questionaram por que os organizadores das Olimpíadas não zombaram de Maomé, o profeta da religião árabe, durante o evento.
Por que eles não zombaram de Maomé nas olimpíadas na França?
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) July 26, 2024
Eu acho engraçado que ninguém tenta retratar Iemanjá como uma branca europeia, ou Maomé como um índio budista.
— Amanda Vettorazzo (@Amandavettorazz) July 26, 2024
É sempre tentando desvirtuar Jesus e o cristianismo. É sempre desrespeitando os cristãos.
São nojentos. Não valem o ar que respiram.
pic.twitter.com/Ya6hojTZmu
Uma Santa Ceia com drag queens na mesma cidade em que 12 pessoas foram assassinadas na redação do Charlie Hebdo em 2015 por causa de caricaturas de Maomé.
— Alexandre Borges (@alex_borges) July 26, 2024
Pense nisso. pic.twitter.com/PNXxB42QXE
Parece uma cena do filme "Transe", mas não, essa é a abertura das Olimpíadas na França.
— Arthur do Val – Mamaefalei ⬛️⬜️🟨 (@arthurmoledoval) July 26, 2024
A pergunta que fica é: por que não representam Maomé drag?
Simples, Paris acordaria em CHAMAS.
A ousadia dessa gente só vai até a página dois. pic.twitter.com/0i9K00IN8b
Defensores dos Valores Cristãos ou Falsos Moralistas?
Os críticos da performance se apresentaram como “defensores dos valores cristãos”, argumentando que a encenação francesa estava “mexendo com a cultura dos outros”. O deputado bolsonarista Nikolas Ferreira questionou nas redes sociais: “Por que eles não zombaram de Maomé nas Olimpíadas da França?”.
Eles teriam coragem de representar Maomé dessa mesma forma?!
— Gabriel Bertolucci 🇧🇷 (@BertolucciGab) July 26, 2024
É uma vergonha, e um desrespeito, essa abertura das Olimpíadas de Paris.
E por que tem uma criança ali no meio?! TARADOS! pic.twitter.com/tAUMc3l1Mn
Contexto Histórico e Cultural
Vale lembrar que o cristianismo faz parte do mito fundador da nação francesa, com marcos históricos como a Catedral de Notre-Dame, construída a partir de 1163. Portanto, a abordagem sobre a religião que faz parte da identidade do país-sede das Olimpíadas pode ser interpretada como uma autocrítica ao fundamentalismo, e não uma “zombaria com a fé alheia”, como alegam os bolsonaristas.
Perguntas e Respostas
O que causou a polêmica na Cerimônia de Abertura das Olimpíadas?
A releitura da “Última Ceia” de Leonardo da Vinci, com a DJ Barbara Butch no lugar de Jesus e drag queens como apóstolos.
Qual foi a reação dos bolsonaristas?
Eles criticaram a performance nas redes sociais, comparando-a ao atentado contra a revista Charlie Hebdo em 2015.
Por que a performance foi vista como controversa?
Os críticos alegam que a encenação foi uma zombaria com a fé cristã e questionam por que não fizeram o mesmo com Maomé.
Qual é o contexto histórico da performance?
O cristianismo é parte fundamental da identidade francesa, e a encenação pode ser vista como uma autocrítica ao fundamentalismo.