Ministra espanhola vê maior abertura de Brasil e EUA para acordos na COP26

A pré-COP26 reuniu ministros e outros representantes das áreas de energia e meio ambiente para discutir aspectos políticos fundamentais das negociações

Roma, 1 out (EFE).- A ministra de Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera, disse à Agência Efe nesta sexta-feira que comprovou uma mudança de atitude e uma maior abertura em países até então reticentes a se comprometer, como Brasil e Estados Unidos, com os acordos que devem ser alcançados em novembro na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow.

“Foi muito visível uma atitude construtiva por parte dos países que têm sido mais complicados nos últimos anos, uma mudança de atitude nos EUA e uma maior abertura no Brasil”, disse a ministra sobre os trabalhos preparatórios para a cúpula de Glasglow na pré-COP26, que ocorre em Milão.

Na opinião dela, as conversas “estão indo bem” porque delegações de 40 países se reuniram em Milão, “uma amostra significativa, mas não estão todos os 189 países que fazem parte da convenção”.

De acordo com a política espanhola, a pré-COP26 “está ajudando a recuperar muito tempo perdido”. Ribera destacou o “formato inovador apresentado pela Itália, com uma cúpula de jovens nos dias anteriores e com os quais os ministros falaram” para expressar que “sentem falta da necessidade de maior agilidade nos processos de descarbonização”.

Sobre os assuntos abordados, afirmou que houve “um consenso muito amplo sobre algumas das questões mais sensíveis, como a necessidade de reforçar todos os mecanismos para promover a adaptação, que há relativamente pouco tempo era considerada um elemento secundário no que diz respeito à meta de reduzir as emissões”.

Também foram aproximadas posições sobre a questão “enormemente complicada” de “responder a perdas e danos irreparáveis”, assim como “apoio para manter o compromisso e tornar viável o objetivo de Paris de manter o aumento da temperatura em torno de 1,5 graus Celsius”.

“Isto significa reconhecer que as contribuições nacionais devem ser reforçadas, que talvez precisemos tornar as coisas muito mais explícitas, por exemplo, um calendário para abandonar o carvão, generalizar soluções baseadas na natureza ou buscar medidas muito mais eficazes e visíveis na área das emissões de mobilidade urbana”, explicou.

A pré-COP26 reuniu ministros e outros representantes das áreas de energia e meio ambiente para discutir aspectos políticos fundamentais das negociações e aprofundar algumas das questões-chave a serem abordadas na COP26. EFE