Al-Golani: de líder jihadista a defensor do pluralismo na Síria

Figura central da insurreição busca reformular imagem e futuro do país.

Redacao Por Redacao - Equipe
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Damasco – Ahmad al-Sharaa, anteriormente conhecido como Abu Mohammed al-Golani, tenta se apresentar como defensor do pluralismo enquanto a insurreição liderada pelo seu grupo, o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), consolida o controle da Síria após a queda de Bashar al-Assad. Al-Sharaa, que por anos teve laços com a Al-Qaida, agora afirma promover uma governança descentralizada e inclusiva.

No entanto, há dúvidas quanto às intenções democráticas de sua liderança. O histórico de al-Golani, marcado por alianças extremistas e rivalidades ferozes, deixa muitos céticos sobre o futuro político do país.

Transformação de identidade

Al-Sharaa, de 42 anos, começou sua trajetória como combatente na resistência iraquiana contra os EUA, em 2003. Posteriormente, tornou-se líder da Frente Nusra, braço da Al-Qaida na Síria. Em 2016, anunciou o rompimento com a rede terrorista e rebatizou o grupo como Jabhat Fateh al-Sham.

Desde então, ele promove uma narrativa de moderação. Apareceu em entrevistas vestindo trajes formais e discutiu a criação de instituições estatais para uma Síria pluralista. Apesar disso, críticos apontam que o HTS ainda governa áreas com mão de ferro, limitando liberdades e reprimindo dissidências.

Promessa de governança descentralizada

Em recente entrevista à CNN, al-Sharaa defendeu a descentralização do poder como modelo de governança. Ele afirmou que o HTS pode ser dissolvido para dar lugar a novas instituições representativas. Além disso, estabeleceu diálogos com minorias religiosas, como os drusos, para tranquilizá-los sobre sua segurança no novo contexto político.

Apesar dessas iniciativas, a comunidade internacional permanece cautelosa. Os Estados Unidos continuam classificando o HTS como organização terrorista, com uma recompensa de US$ 10 milhões pela captura de al-Golani.

Contexto histórico e rivalidades internas

A trajetória de al-Golani foi marcada por disputas com grupos como o Estado Islâmico (ISIS), com quem rompeu em 2013, rejeitando o comando de Abu Bakr al-Baghdadi. Desde então, eliminou rivais para consolidar o controle do HTS no noroeste da Síria.

No entanto, o país segue fragmentado. Várias facções armadas controlam diferentes territórios, enquanto potências externas, como Rússia, Irã, EUA e Israel, continuam envolvidas, cada uma com seus próprios interesses.

Entenda o caso: A evolução de Ahmad al-Sharaa e o futuro da Síria

  • Mudança de nome: Abu Mohammed al-Golani agora usa seu nome real, Ahmad al-Sharaa.
  • Histórico extremista: Líder da Frente Nusra e ex-membro da Al-Qaida.
  • Transformação pública: Apresenta-se como defensor de pluralismo e governança descentralizada.
  • Dúvidas democráticas: Críticos questionam intenções e métodos de liderança.
  • Papel internacional: HTS ainda é visto como grupo terrorista pelos EUA.
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