Vaticano – Dois importantes cardeais conservadores, Antonio Cañizares Llovera (Espanha) e Vinko Puljić (Bósnia), anunciaram nesta quarta-feira (23) que não participarão do Conclave devido a problemas de saúde. Com isso, o número de cardeais eleitores cai de 135 para 133, enfraquecendo a ala tradicionalista na escolha do novo papa.
A ausência dos dois prelados, ambos com 79 anos, foi confirmada pela Associated Press. A eleição do novo pontífice ocorrerá na Capela Sistina, com início previsto para 5 de maio.
Composição do Colégio de Cardeais
Dos 133 cardeais eleitores, 108 foram nomeados pelo Papa Francisco, representando aproximadamente 81% do total. Os demais foram indicados pelos papas anteriores, Bento XVI e João Paulo II. Essa composição sugere uma possível continuidade das reformas iniciadas por Francisco, embora especialistas apontem para a possibilidade de um perfil mais centrista no próximo pontífice.
Processo de Eleição
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Para ser eleito, um cardeal precisa obter dois terços dos votos. Com 133 eleitores, são necessários 89 votos para a escolha do novo papa. Estão previstas até quatro votações por dia — duas pela manhã e duas à tarde.
Se nenhum candidato alcançar a maioria qualificada após três dias de votação, haverá uma pausa de 24 horas para oração e reflexão. Persistindo o impasse após 34 votações, os dois candidatos mais votados participarão de um segundo turno, também exigindo dois terços dos votos para vitória.
Expectativas para o Novo Pontífice
A diversidade geográfica e ideológica do Colégio de Cardeais indica que o próximo papa poderá representar diferentes correntes dentro da Igreja Católica. Entre os nomes mais mencionados estão:
- Pietro Parolin (Itália): atual secretário de Estado do Vaticano, conhecido por sua habilidade diplomática.
- Matteo Zuppi (Itália): arcebispo de Bolonha, reconhecido por seu trabalho social e mediação em conflitos.
- Luis Antonio Tagle (Filipinas): pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, defensor de uma Igreja mais inclusiva.
- Fridolin Ambongo (República Democrática do Congo): arcebispo de Kinshasa, respeitado por sua postura firme em questões sociais.
- Jean-Claude Hollerich (Luxemburgo): arcebispo de Luxemburgo, conhecido por sua abertura ao diálogo com diferentes grupos.
- Péter Erdő (Hungria): arcebispo de Esztergom-Budapeste, representante da ala mais conservadora do Colégio Cardinalício



