Washington — O governo de Donald Trump iniciou uma nova ofensiva contra conteúdos ligados à diversidade nas forças armadas. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, ordenou a retirada de 381 livros da biblioteca da Academia Naval dos Estados Unidos. A lista inclui títulos sobre Holocausto, racismo, feminismo e identidade de gênero.
Entre os livros vetados estão obras como “Lembrando o Holocausto”, que discute a memória do genocídio nazista, “Perseguindo Trayvon Martin”, sobre racismo estrutural, e “Meio americano”, que trata da participação de afro-americanos na Segunda Guerra Mundial.
Ordem amplia alcance de decreto presidencial
O veto acontece mesmo com o decreto assinado por Trump em janeiro proibindo temas sobre diversidade apenas em escolas públicas de ensino básico. Contudo, o Pentágono resolveu aplicar a norma também nas academias militares.
A decisão foi tomada dias antes de uma visita de Hegseth à Academia Naval. O governo nega relação entre a ordem e o compromisso oficial. Segundo a Associated Press, um oficial informou que a revisão do acervo ocorreu “no fim da semana passada”.
Livros tratam de temas sociais e históricos
Além de tópicos sobre o Holocausto, os livros removidos tratam de violência racial, sexualidade e do papel social das mulheres em diferentes períodos históricos.
Um dos títulos excluídos é a autobiografia da escritora e ativista Maya Angelou, “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”, reconhecida por sua importância na luta por direitos civis nos Estados Unidos.
Outro livro banido, “Uma mulher respeitável”, aborda a trajetória de mulheres negras no século XIX.
Críticas e desconforto interno
Parlamentares e entidades de defesa da liberdade acadêmica criticaram a medida. Servidores do Departamento de Defesa relataram incômodo com a decisão e alertaram para possíveis impactos negativos na formação intelectual dos cadetes.
A medida foi classificada internamente como uma tentativa de promover uma “limpeza ideológica” nas forças armadas.
Entenda o veto a livros sobre Holocausto e racismo nos EUA
- O governo Trump ordenou a retirada de 381 livros da biblioteca da Academia Naval dos EUA
- A medida atinge temas como diversidade racial, feminismo e memória do Holocausto
- O veto ocorre mesmo sem respaldo direto no decreto presidencial, que se aplica apenas a escolas públicas básicas
- Livros de autores como Maya Angelou e títulos sobre afro-americanos na guerra estão na lista
- A ação gerou críticas de parlamentares e organizações acadêmicas