A Verkhovna Rada (parlamento ucraniano) declarou nesta sexta-feira (4), através de sua conta oficial do Telegram, que o presidente ucraniano não deixou o país e se encontra em Kiev.
Anteriormente, no mesmo dia, o deputado Vyacheslav Volodin, presidente da Duma, câmara baixa do Legislativo russo, havia afirmado que Zelensky teria deixado a Ucrânia e fugido para a Polônia. Segundo o político russo, os deputados da Verkhovna Rada lhe disseram que não conseguiram entrar em contato com o presidente ucraniano.
Além disso, Mikhail Podolyak, conselheiro do chefe do gabinete do Presidente da Ucrânia, recusou-se a responder à pergunta de um jornalista sobre o paradeiro de Zelensky nesta sexta-feira. Ele explicou que não divulgou seu paradeiro por motivos de segurança do presidente ucraniano.
Mais cedo, um bombardeio russo atingiu a região da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, e autoridades ucraniananas confirmaram que a Rússia tomou o controle da usina.
O lado ucraniano acusa a Rússia de "terror nuclear" e alerta para os riscos de um acidente "pior que Chernobyl". Os russos, por sua vez, justificam o ataque em função de uma "provocação monstruosa" de sabotadores.
O fato ocorreu no dia seguinte ao avanço de negociações diplomáticas. Em um encontro em Belarus, representantes de Rússia e Ucrânia concordaram com o estabelecimento de um corredor humanitário para proteção de civis e com o aprofundamento do diálogo diplomático.
Usina nuclear ucraniana está sob controle russo após ataque / Reprodução/YouTube/Autoridade Nuclear Ucraniana
Presidente falou em diálogo com Putin
Mais cedo, ainda na quinta-feira (3), o presidente ucraniano defendeu uma reunião com o mandatário russo, Vladimir Putin, para que um possível cessar-fogo fosse negociado entre os líderes.
"Quero me dirigir novamente ao presidente da Federação Russa. A luta continua por toda a Ucrânia. Vamos sentar à mesa de negociações para impedir as fatalidades humanas", disse Zelensky.
A afirmação foi feita depois de uma declaração do assessor do presidente ucraniano, Mikhail Podolyak, que afirmou que o governo "sempre deixa espaço para negociações", apesar de uma "invasão em grande escala" pelas tropas russas.
Entenda o conflito
Desde o final de 2021, tropas russas passaram a se concentrar nas proximidades da Ucrânia, e o Ocidente enviou armas para os ucranianos.
O conflito tem como pano de fundo o mercado de energia na Europa e os limites da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar composta por membros alinhados aos Estados Unidos, em direção à fronteira russa.
Outro elemento central é o fracasso dos Acordos de Minsk, assinados em 2014 e 2015 como uma tentativa de construir um cessar-fogo para a guerra civil na Ucrânia. A ferramenta diplomática previa condições de autonomia para áreas separatistas de Donetsk e Lugansk e a retirada de armas da região em que tropas ucranianas enfrentavam os rebeldes.
O governo de Kiev se recusava a cumprir a parte política prevista pelos acordos, já que isso poderia causar uma fratura em sua soberania.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro sob a justificativa de “desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho. Desde então, União Europeia e Estados Unidos anunciaram sanções como resposta e também fornecem armas aos ucranianos.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
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