Paris – 17 de fevereiro de 2025 – Líderes da União Europeia (UE) e da Otan se reuniram nesta segunda-feira (17) em Paris para reforçar a unidade frente às mudanças na postura dos Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia.
O encontro, organizado pelo presidente Emmanuel Macron, ocorre em um momento de preocupação entre os aliados europeus sobre uma possível exclusão de Kiev das negociações entre Rússia e EUA.
A tensão aumentou após uma conversa entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, na última quarta-feira (14), na qual discutiram possíveis acordos para um cessar-fogo. Diante desse cenário, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky expressou descontentamento por não ter sido informado sobre as tratativas.
Europa debate envio de tropas
Chefes de governo de Alemanha, Reino Unido, Itália, Polônia, Espanha, Países Baixos e Dinamarca participaram da reunião em Paris. Um dos pontos mais sensíveis foi a possibilidade de envio de tropas à Ucrânia no futuro, para garantir um eventual acordo de paz.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que visitará Trump na próxima semana em Washington, afirmou estar disposto a apoiar o envio de forças britânicas como parte de uma missão de paz. No entanto, enfatizou que a presença dos EUA é essencial para dissuadir a Rússia de futuros ataques.
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Por outro lado, o chanceler alemão Olaf Scholz considerou a discussão prematura e inadequada. O ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares, reforçou que o foco deve ser alcançar um cessar-fogo antes de se considerar qualquer envio de tropas.
Zelensky alerta para exclusão de Kiev
A reunião entre Rússia e EUA em Riade, marcada para esta terça-feira (18), gerou forte reação de Zelensky. O presidente ucraniano afirmou que seu país “não reconhecerá” nenhum acordo que seja decidido sem sua participação.
No fim de semana, Zelensky esteve na Conferência de Segurança em Munique, onde pressionou os aliados europeus a reforçarem a unidade e propôs a criação de um Exército europeu para fortalecer a defesa do continente.
Rússia e EUA negociam em Riade
O Kremlin confirmou que a reunião entre autoridades russas e estadunidenses discutirá formas de restaurar as relações entre Moscou e Washington e tratará de “possíveis negociações sobre a Ucrânia”.
O Departamento de Estado dos EUA, no entanto, negou que este seja o início formal de negociações. Apesar disso, as potências europeias veem a movimentação com desconfiança.
Europa teme nova ofensiva russa
A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, alertou que um cessar-fogo rápido sem garantias poderia permitir que a Rússia se reagrupasse e voltasse a atacar a Ucrânia ou outro país europeu. O chefe da Otan, Mark Rutte, garantiu que os europeus estão “dispostos e preparados” para agir, mas evitou detalhar possíveis estratégias.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforçou que a Ucrânia merece paz, mas sem abrir mão de sua soberania e integridade territorial.
Entenda o impasse entre Ucrânia, EUA e Rússia
- Zelensky criticou a falta de transparência dos EUA sobre as negociações com a Rússia.
- Europa teme ser excluída dos acordos para encerrar a guerra na Ucrânia.
- Trump e Putin conversaram sobre um possível cessar-fogo.
- Reunião em Riade, na Arábia Saudita, discutirá os próximos passos.
- Líderes da UE e Otan buscam consenso sobre possíveis desdobramentos.