Damasco – Israel lançou uma série de bombardeios sobre a Síria, com explosões registradas na capital Damasco e arredores durante a noite.
Segundo um monitor da oposição síria, forças israelenses estariam a apenas 25 km de Damasco, mas Israel nega qualquer avanço militar em direção à cidade.
Desde a queda do regime de Bashar al-Assad, o país sofreu mais de 300 ataques israelenses, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Autoridades israelenses afirmam que as ações visam alvos suspeitos de armazenar armas químicas e armamento pesado.
Histórico de tensão na região
Os bombardeios recentes fazem parte de uma longa disputa territorial e estratégica. Após a guerra israelo-árabe de 1967, Israel anexou parte dos Montes Golã, sem reconhecimento da ONU. A zona-tampão de 400 km², estabelecida em 1974, também foi ocupada por tropas israelenses, o que, segundo Tel Aviv, seria uma medida temporária para impedir ataques.
ONU e comunidade internacional reagem
O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, criticou os ataques israelenses e as incursões terrestres, classificando as ações como violações do acordo de 1974. Ele pediu à comunidade internacional que apoie a estabilização da região e incentivou os sírios a buscar soluções internas.
“Ainda estamos em um período muito fluido”, disse Pedersen em Genebra. Ele alertou para a necessidade de vigilância diante das mudanças rápidas no cenário político sírio.
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Rebeldes assumem controle e fazem nomeação política
Enquanto isso, Mohamed al-Bashir foi nomeado primeiro-ministro interino pelo governo de transição sírio, liderado pelos rebeldes. Al-Bashir, que já chefiava o governo de salvação, assumirá o cargo até março. Este governo, vinculado ao grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), liderou a ofensiva que derrubou Assad após 13 anos de guerra civil.
Investigações de crimes de guerra
O HTS anunciou que investigará crimes de guerra cometidos durante o regime de Assad. O líder do grupo, Abu Mohammed al-Jolani, prometeu recompensas por informações sobre oficiais envolvidos em tortura e abusos. Relatos recentes apontam para a descoberta de mais de 40 corpos com sinais de tortura em um hospital na região de Idlib.
Refugiados enfrentam dilema no retorno
Com a queda do regime de Assad, refugiados começam a retornar ao país. Contudo, o ACNUR pediu cautela e paciência. Segundo a organização, a segurança e sustentabilidade ainda são fatores incertos para garantir retornos voluntários e informados.
Entenda os bombardeios de Israel na Síria
- Número de ataques: Mais de 300 desde a queda de Assad.
- Justificativa de Israel: Neutralizar armas químicas e pesadas.
- Contexto territorial: Disputa pelos Montes Golã e violação de zonas-tampão.
- Reação internacional: ONU critica violações e pede estabilidade.
- Crise política síria: Nomeação de Mohamed al-Bashir e investigações de crimes de guerra.