- Rio de Janeiro – Após a decisão dos Estados Unidos, Israel anunciou sua retirada do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU nesta quinta-feira (6). A medida foi comunicada após Donald Trump retirar os EUA do órgão e suspender o financiamento à agência que auxilia refugiados palestinos.
O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, justificou a decisão em carta ao presidente do CDH da ONU, Jorg Lauber, alegando “contínuo e implacável viés institucional contra Israel” desde a criação do conselho em 2006. A relatora especial da ONU, Francesca Albanese, classificou a retirada de Israel como “extremamente grave”.
A Saída de Israel do Conselho de Direitos Humanos
O Conselho de Direitos Humanos da ONU, criado em 2006, tem como objetivo promover a liberdade de associação, movimento, expressão, crença e os direitos das mulheres e da população LGBTQIAP+, além de investigar alegações de violações de estados-membros.
Donald Trump assinou uma ordem executiva que retirou os EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU e manteve a suspensão do financiamento para a UNRWA, agência da entidade que fornece assistência para refugiados palestinos.
Em um evento na Casa Branca, Trump sugeriu que a única alternativa para os palestinos na Faixa de Gaza é deixar o território, o que foi amplamente criticado como uma proposta de limpeza étnica.
Crise Humanitária e Reações Internacionais
A UNRWA, estabelecida há 75 anos, atende cerca de 750 mil refugiados palestinos da guerra de 1948. Ela é a principal organização da ONU que fornece serviços de ajuda e educação a milhões de palestinos na Cisjordânia e em Gaza. Recentemente, Israel votou por encerrar o acordo que permitia o funcionamento de seus escritórios no país.Em encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Trump afirmou que os EUA “assumirão” Gaza no pós-guerra e reiterou o deslocamento dos palestinos que vivem no território. A fala foi amplamente repudiada, o que fez a Casa Branca recuar.
O Conflito em Gaza
O conflito entre Israel e Hamas, interrompido em janeiro por um cessar-fogo, gerou uma crise humanitária e resultou em mais de 40 mil mortes.Trump conversou com o rei Abdullah da Jordânia e sugeriu que o monarca aceite palestinos no país, já que a Faixa de Gaza está uma “bagunça”. O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, rejeitou a proposta, afirmando que “a Jordânia é para os jordanianos e a Palestina é para os palestinos”.
Apoio à Proposta de Trump
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, elogiou a proposta de Trump: “A ideia de ajudá-los a encontrar outros lugares para começar uma vida melhor é uma excelente ideia. Após anos de glorificação do terrorismo, (os palestinos) poderão estabelecer vidas novas e boas em outros lugares.”Smotrich defende a anexação total dos territórios palestinos por Israel e a criação de novos assentamentos israelenses, considerados ilegais pela ONU e pela comunidade internacional.
Entenda o Caso: Saída de Israel do Conselho de Direitos Humanos da ONU
- Motivação: Decisão de Israel baseada no “contínuo e implacável viés institucional” do Conselho de Direitos Humanos da ONU contra Israel.
- Contexto: A saída ocorre após os EUA, sob a administração Trump, também deixarem o Conselho e suspenderem o financiamento à UNRWA.
- Implicações: Críticas da relatora especial da ONU, Francesca Albanese, que considerou a retirada “extremamente grave”.
- Repercussão: Discussões sobre o futuro dos palestinos na Faixa de Gaza e a proposta de deslocamento para outros países.
- Posicionamentos: Rejeição da Jordânia à proposta de acolher palestinos e apoio do ministro das Finanças de Israel à ideia de Trump.