Washington – O jornal israelense The Jerusalem Post foi alvo de denúncias após publicar e, em seguida, deletar um artigo que defendia a anexação de territórios do Líbano e de outros países do Oriente Médio a Israel, sob a justificativa de serem parte da “terra prometida”. O texto, publicado no dia 25 de setembro, coincidiu com o aumento da ofensiva aérea israelense no Líbano e antecedeu a invasão terrestre na manhã desta terça-feira (1º).
Resumo da Notícia:
- Artigo publicado pelo The Jerusalem Post defendeu a anexação de territórios no Líbano.
- O texto foi escrito por Mark Fish, que utilizou argumentos religiosos para justificar a expansão territorial.
- Após críticas, o jornal deletou o artigo, mas ele continuou circulando online.
- O artigo foi considerado um reflexo das ambições expansionistas de Israel, baseadas no conceito de “Grande Israel”.
Contexto do Artigo
O editorial intitulado “O Líbano faz parte do território prometido de Israel?” foi assinado pelo ideólogo colonial Mark Fish. No texto, Fish utilizou passagens bíblicas para justificar a expansão de Israel sobre territórios que hoje pertencem ao Líbano, Síria, Jordânia, Iraque e até partes da Turquia. O autor argumentou que as terras “prometidas por Deus” aos “filhos de Israel” deveriam ser conquistadas, utilizando textos religiosos como respaldo.
Críticos imediatamente apontaram o artigo como evidência de uma agenda expansionista israelense. O cineasta e autor canadense Omar Mouallem destacou o editorial, afirmando que ele revelava os “objetivos de longo prazo dos poderosos extremistas de Israel”.
Polêmica e Reações
Após a publicação, houve uma enxurrada de críticas nas redes sociais, que acusavam o jornal de incitar violência e propaganda de guerra. Pressionado, o The Jerusalem Post decidiu remover o texto do ar. No entanto, o conteúdo já havia sido arquivado e continuou circulando online, alimentando discussões sobre as ambições expansionistas de Israel e a crescente tensão no Oriente Médio.
Fish, no artigo, afirmou que “Deus nos disse que temos direito sobre toda a terra que conquistarmos”, reiterando conceitos do sionismo religioso e defendendo que o Líbano faz parte das “terras prometidas” de Israel.
Escalada de Conflitos
A publicação aconteceu em meio à intensificação dos bombardeios israelenses no Líbano, que já resultaram em milhares de mortos e feridos, além de milhões de deslocados. Na última terça-feira (1º), Israel iniciou uma invasão terrestre no sul do Líbano, seguida por um ataque retaliatório do Irã, com o lançamento de mísseis balísticos em direção a Tel Aviv e outras cidades israelenses.
Ideologia de “Grande Israel”
A tese de Grande Israel foi defendida publicamente pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2023. Netanyahu exibiu mapas que destacavam a ideia de expansão territorial, colocando Israel como uma “bênção” e seus inimigos como uma “maldição”. O discurso e o artigo no Jerusalem Post refletem uma visão messiânica que segue alimentando tensões na região.
Até o momento, o Jerusalem Post não emitiu comentários ou desculpas formais pela publicação do artigo de Fish.
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Perguntas Frequentes:
Por que o artigo foi deletado pelo The Jerusalem Post?
Após críticas nas redes sociais, o jornal foi acusado de disseminar propaganda de guerra e incitar violência, o que levou à exclusão do texto.
O que defendia o artigo sobre a “terra prometida”?
O editorial alegava que territórios no Líbano, Síria, Jordânia e outros faziam parte das terras prometidas a Israel, com base em argumentos religiosos.
O conceito de “Grande Israel” é amplamente aceito?
A ideia é defendida por setores mais extremistas do sionismo religioso, mas é amplamente criticada e vista como uma justificativa para a expansão territorial e ocupação de terras árabes.