O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou neste domingo (9) o uso da força militar no Caribe e na costa da Venezuela, classificando como violações do direito internacional. No encontro da Celac-UE, Lula reforçou a importância da paz, cooperação e defesa do multilateralismo na região.
Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou as “velhas manobras retóricas recicladas para justificar intervenções ilegais”, em clara referência às movimentações militares norte-americanas no Caribe e na costa venezuelana. O chefe de Estado brasileiro destacou que a América Latina e o Caribe são uma região histórica de paz e assim querem permanecer, ressaltando que “democracias não combatem o crime violando o direito internacional”.
Participando da 4ª Cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, realizada em Santa Marta, na Colômbia, Lula reforçou a defesa das instituições democráticas e advertiu para os perigos que o crime representa, corroendo o tecido social e institucional. Ele destacou a importância de ações coordenadas, intercâmbios de informações e operações conjuntas para combater o crime organizado na região, citando iniciativas como o comando tripartite da tríplice fronteira e o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, que reúne nove países sul-americanos.
O presidente fez uma crítica contundente à crise do projeto de integração regional, lamentando que a América Latina volte a se tornar uma região dividida, inferiorizando-se ao exterior e permeada por intolerância, extremismo político, manipulação da informação e crime organizado. Lula chamou de “ritual vazio” as reuniões internacionais que falta a presença dos principais líderes regionais, como a ausência de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e do uruguaio Yamandú Orsi.
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Ainda na cúpula, Lula reforçou a relevância da Conferência das Partes (COP) na Amazônia como espaço para a América Latina e o Caribe mostrarem o compromisso global com a conservação das florestas. Ele defendeu o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, uma estratégia de proteção ambiental que valoriza as florestas em pé, em vez de derrubadas.
Na agenda econômica, o presidente expressou otimismo com a possível assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia, prevista para dezembro, destacando a importância de um comércio internacional baseado em regras, como resposta ao unilateralismo crescente. Este acordo ampliará um mercado com 718 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto de 22 trilhões de dólares, fortalecendo a integração econômica regional.



