Seul – A crise política na Coreia do Sul alcançou um novo patamar nesta terça-feira (31). O tribunal emitiu um mandado de prisão contra o ex-presidente afastado Yoon Suk Yeol, acusado de insurreição e abuso de poder. Investigadores apontam que ele tentou liderar um autogolpe ao declarar lei marcial no início de dezembro, mobilizando tropas para impedir votações no Parlamento.
A defesa de Yoon afirmou que as ações foram justificadas como “governança”, buscando contestar a decisão no Tribunal Constitucional. A situação ocorre enquanto a destituição de Yoon por impeachment, há duas semanas, ainda aguarda julgamento definitivo.
Tensão aumenta após emissão do mandado
Investigadores afirmam que Yoon Suk Yeol tentou usar as Forças Armadas para controlar o Parlamento e bloquear decisões contrárias à lei marcial decretada por ele. O ato, segundo a acusação, violou direitos políticos em todo o país e causou indignação pública e parlamentar.
A decisão do tribunal foi criticada por membros do Partido do Poder do Povo (PPP), que classificaram o mandado como inadequado para um presidente afastado aguardando julgamento. Representantes de Yoon indicaram que vão recorrer da decisão, buscando invalidar a ordem de prisão.
Julgamento no Tribunal Constitucional
O futuro político de Yoon agora depende do Tribunal Constitucional, que tem até 180 dias para decidir se o impeachment será definitivo ou se ele poderá reassumir o cargo. Enquanto isso, a lei marcial, revogada poucas horas após sua imposição, segue como tema central das acusações contra o ex-presidente.
Destituição do premiê agrava instabilidade
A crise ganhou novos contornos na última sexta-feira (27) com o impeachment do ex-primeiro-ministro Han Duck-soo. Ele era o líder interino do governo, mas foi destituído após se recusar a preencher três cadeiras vagas no Tribunal Constitucional. Essa decisão atrasava a análise do caso de Yoon e ampliava a instabilidade política no país.
Medidas para estabilizar o governo
Nesta terça-feira, o presidente interino Choi Sang-mok anunciou a nomeação de dois novos juízes para o Tribunal Constitucional, enquanto a terceira cadeira ainda depende de consenso parlamentar. Choi, ex-ministro da Economia, disse que as medidas buscam “recuperar a estabilidade política”.
Entenda o caso: crise política na Coreia do Sul
- Yoon Suk Yeol foi afastado por impeachment há duas semanas.
- Investigadores acusam Yoon de insurreição e abuso de poder.
- O ex-presidente teria mobilizado tropas para interferir no Parlamento.
- A destituição do premiê Han Duck-soo agravou a crise.
- Nomeações no Tribunal Constitucional buscam retomar a estabilidade.