Montevidéu – A cúpula do Mercosul, realizada nesta sexta-feira (6), em Montevidéu, foi marcada pela estreia do presidente argentino Javier Milei e pelo anúncio histórico do acordo de livre-comércio entre o bloco e a União Europeia (UE). Milei chamou o Mercosul de “prisão” econômica, enquanto líderes regionais celebraram o tratado que conecta mercados de mais de 700 milhões de pessoas.
O presidente argentino criticou o modelo atual do Mercosul e defendeu a abertura comercial. Já o presidente brasileiro Lula destacou o avanço histórico nas negociações com a UE, após mais de duas décadas de diálogo.
Milei critica pilares do Mercosul
No discurso, Javier Milei adotou um tom crítico, chamando o Mercosul de “prisão” que sufoca o potencial exportador dos países-membros. Segundo ele, a tarifa externa comum prejudica a competitividade e encarece as indústrias.
“A tarifa externa comum tornou nossas indústrias mais caras e negou aos cidadãos a chance de melhorar a qualidade de vida com competitividade”, afirmou Milei.
O argentino defendeu o livre-comércio como motor da prosperidade e reforçou seu interesse em acordos bilaterais com os Estados Unidos, especialmente sob a liderança de Donald Trump. Sua postura rompe com a diplomacia tradicional do bloco e reforça uma agenda liberal e desregulamentadora.
Acordo com a União Europeia celebra integração
Apesar das críticas de Milei, a cúpula foi palco do anúncio do acordo de livre-comércio entre Mercosul e UE, negociado por 25 anos. O tratado movimentará um PIB conjunto de US$ 22,3 trilhões e reforça laços históricos entre as regiões.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou o impacto do acordo:
“Estamos estabelecendo uma aliança como nunca antes. Este acordo é uma afirmação econômica e política global”, disse Ursula, classificando o tratado como um marco de confiança mútua.
Desafios à implementação do tratado
Embora celebrado, o tratado enfrenta desafios, como a aprovação pelos parlamentos europeus. A resistência de países como a França, liderada por Emmanuel Macron, tem dificultado o processo.
Lula, no entanto, expressou otimismo:
“Após mais de duas décadas, concluímos as negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia”, publicou o presidente em suas redes sociais.
O governo brasileiro espera que o pacto amplie o comércio e os investimentos com a Europa, consolidando a diplomacia como uma força de integração global.
Entenda o caso: o acordo e a postura de Milei
- Críticas de Milei: O presidente argentino atacou o Mercosul, chamando-o de “prisão”.
- Livre-comércio: Defendeu abertura econômica e acordos com os EUA.
- Acordo Mercosul-UE: Conecta 700 milhões de pessoas e envolve US$ 22,3 trilhões.
- Desafios futuros: Necessidade de aprovação parlamentar e resistência de países europeus.