Seul – O ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, anunciou sua demissão nesta quarta-feira, assumindo total responsabilidade pela controvérsia gerada pela declaração de lei marcial de emergência no país.
A decisão ocorre em meio a uma grave crise política que envolve o presidente Yoon Suk Yeol e sua gestão. Apesar do pedido de renúncia, Kim permanecerá no cargo até que o presidente aceite oficialmente sua saída.
Em comunicado, o ministro pediu desculpas à população por causar angústia e confusão com a imposição da medida, que vigorou por apenas seis horas antes de ser revogada pelo parlamento sul-coreano. A declaração de lei marcial foi a primeira no país em mais de quatro décadas, desde o fim da ditadura militar.
O que aconteceu na Coreia do Sul?
Lei marcial e críticas do parlamento
Na madrugada de quarta-feira, o parlamento sul-coreano suspendeu a lei marcial imposta pelo presidente Yoon Suk Yeol na noite anterior. O anúncio da medida ocorreu sob a justificativa de proteger a ordem constitucional diante de “ameaças comunistas da Coreia do Norte”. No entanto, a oposição e parte do partido governista consideraram a medida inconstitucional.
O Partido Democrático, principal força da oposição, classificou a lei como uma ameaça à democracia e apresentou uma moção de destituição contra Yoon Suk Yeol, a ser votada ainda nesta semana.
Discurso de Yoon à nação
Em pronunciamento oficial, Yoon Suk Yeol afirmou que a decisão visava garantir a estabilidade do país. “A lei marcial foi uma resposta necessária para eliminar ameaças antiestatais”, declarou. Ele também pediu ao parlamento que interrompesse ações que, segundo ele, “paralisam as funções do governo”.
Movimentos políticos contra Yoon
Seis partidos da oposição confirmaram a intenção de processar o presidente por traição, juntamente com os ministros da Defesa e do Interior. Internamente, aliados de Yoon no Partido do Poder Popular avaliam pressionar pela renúncia de todo o gabinete presidencial.
Entenda a lei marcial na Coreia do Sul
- O que é a lei marcial?
É uma medida que concede controle militar sobre as autoridades civis e suspende as leis vigentes em situações de emergência. - Por que foi aplicada?
O governo de Yoon Suk Yeol justificou a imposição como uma resposta às “ameaças da Coreia do Norte” e à “instabilidade causada pela oposição”. - Por que foi revogada?
O parlamento, liderado pela oposição, considerou a medida inconstitucional e exigiu seu fim poucas horas após o anúncio.