Brasília – A crise diplomática entre Brasil e Israel ganhou força após a Justiça brasileira abrir investigação contra o soldado israelense Yuval Vagdani, de 21 anos. A medida gerou críticas severas do ministro israelense Amichai Chikli, que enviou uma carta ao deputado Eduardo Bolsonaro classificando a ação como “uma vergonha para o governo brasileiro”.
O caso começou em dezembro de 2024, quando a Justiça Federal do Distrito Federal aceitou um pedido da Fundação Hind Rajab (HRF), organização internacional de defesa dos direitos palestinos. A entidade acusa Vagdani de usar explosivos para demolir um quarteirão residencial em Gaza, fora de situações de combate, deixando civis palestinos desabrigados.
Retirada do soldado e reação israelense
Vagdani estava de férias na Bahia e deixou o Brasil após o início da investigação. A embaixada de Israel confirmou que acompanhou a retirada, classificando as acusações da HRF como uma tentativa de manipular sistemas legais para influenciar a opinião pública contra Israel.
Escalada diplomática
As tensões entre Brasil e Israel aumentaram desde que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva como persona non grata. Em resposta, o Brasil retirou seu embaixador de Tel Aviv.
Além disso, na ONU, o Brasil usou o termo “genocídio” para descrever as ações israelenses em Gaza, intensificando ainda mais os atritos.
Ação da HRF e evidências apresentadas
A Fundação Hind Rajab apresentou como evidência postagens nas redes sociais de Vagdani, onde ele celebra destruições em Gaza. A organização alega que essas ações ocorreram em áreas civis e fora de situações de combate.
Por outro lado, a embaixada de Israel defende que as operações militares seguem as normas do direito internacional e integram a legítima defesa contra ataques do Hamas, iniciados em outubro de 2023.
Carta do ministro israelense
Na carta enviada a Eduardo Bolsonaro, o ministro Chikli reiterou apoio ao soldado e acusou o governo brasileiro de “abraçar os apoiadores do terrorismo”. Ele defendeu as ações de Vagdani como moralmente justificáveis para proteger inocentes.
Entenda o caso da crise Brasil-Israel
- Investigação: Justiça brasileira apura ações do soldado Yuval Vagdani em Gaza.
- Acusações: A HRF afirma que o soldado demoliu áreas civis em outubro de 2024.
- Repercussão: Israel criticou a medida, chamando-a de narrativa anti-Israel.
- Diplomacia: Tensão crescente após declarações de Lula e Netanyahu.
- Postura brasileira: Uso do termo “genocídio” em fóruns internacionais agravou a crise.