Ambientalistas pedem fim do "tabu" sobre combustíveis fósseis na COP26

Glasgow (Reino Unido), 11 nov (EFE).- A rede de organizações ambientalistas CAN pediu nesta quinta-feira o fim do “tabu que ainda existe nas negociações climáticas” sobre a necessidade de erradicar os combustíveis fósseis, a principal fonte de poluição, que foram mencionados pela primeira vez em documento oficial na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26).

“A erradicação dos combustíveis fósseis continua sendo um grande tabu nas conversas internacionais sobre o clima. Nesta cúpula, estamos empenhados em um processo expressamente concebido para evitar falar sobre o assunto”, disse Romain Ioualalen, diretor político global da Oil Change International.

Ioualalen observou que os hidrocarbonetos não foram mencionados no marco do Acordo de Paris de 2015 e citou como “um passo importante” o fato de serem mencionados “pela primeira vez” no projeto de acordo final divulgado na quarta-feira passada.

Nesse documento provisório, os países se comprometem a “eliminar gradualmente os subsídios ao carvão e aos combustíveis fósseis”. O ativista também destacou o anúncio desta quinta-feira de uma aliança de países, liderada pela Costa Rica, que se comprometeram a não aprovar novos projetos de extracção de combustíveis fósseis em suas jurisdições.

Ioualalen disse que esta iniciativa, cuja lista de membros ainda não foi divulgada, “é uma evolução positiva” que indica “uma mudança no debate” e que alguns países estão finalmente considerando a necessidade de parar a extração e o consumo de hidrocarbonetos, o que é fundamental para alcançar o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius.

Catherine Pettengel, da Climate Action Network, disse que para esta cúpula ter sucesso, tem de entregar o financiamento prometido aos países em desenvolvimento – pelo menos US$ 100 bilhões por ano – e destinar uma maior parte à adaptação e aos danos e prejuízos já causados pelo clima em muitas áreas, em vez de concentrar os recursos em medidas de mitigação. EFE