Acordo da COP26 é aprovado após dias de discussão em Glasgow

Glasgow (Reino Unido), 13 nov (EFE).- Os delegados da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) aprovaram neste sábado um acordo considerado determinante para manter ativo o objetivo de limitar o aquecimento global em 1,5 grau até 2100, na comparação com níveis pré-industriais.

Em um último dia tenso na reunião de cúpula, o presidente da COP26, Alok Sharma, anunciou que o “Pacto Climático de Glasgow” estava aprovado, depois que a Índia incluiu na última hora, de forma inesperada, uma mudança que torna distante o fim do uso do carbono como fonte de energia.

O próprio Sharma precisou interromper o pronunciamento em duas vezes, ao não conter as lágrimas pela alteração apresentada. O britânico pediu desculpas por “como se desenvolveu o processo”.

A emenda indiana foi aprovada pelos demais países de forma muito reticente, para evitar que as negociações realizadas fossem invalidadas e a COP26 terminasse com um fracasso de dimensões históricas.

A Índia conseguiu que a alusão a “eliminação progressiva” do carbono fosse alterada para “redução progressiva”, apesar de o texto conter a grande novidade de apontar, pela primeira vez, para a necessidade de acabar com os combustíveis fósseis.

O debate era o que provocava uma maior rejeição nas últimas horas nas mesas de negociações.

O acordo acelera a ação contra a mudança climática e cobra que os países elevem as metas de redução de emissão durante esta década, embora, reconheça que as nações têm “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”.

Além disso, o texto reconhece que limitar o aquecimento a 1,5 grau requer “reduções rápidas, profundas e constantes nas emissões globais de gases do efeito estufa, incluindo uma redução nas emissões de dióxido de carbono em 45% para 2030, em comparação com o nível de 2010”.

Sobre o financiamento dos países em desenvolvimento, um dos pontos em que houve maior divergência durante a conferência, o Pacto Climático de Glasgow convoca as nações ricas as cobrar “como mínimo”, o aporte para adaptação dos países mais desfavorecidos, antes de 2025. EFE