Uruguai lamenta dificuldades em negociações entre Mercosul e União Europeia

Montevidéu, 15 nov (EFE).- O Uruguai lamentou nesta segunda-feira as dificuldades observadas na conclusão das negociações sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, o que não permite um aprofundamento da relação entre os dois blocos.

O comentário foi feito pelo chanceler uruguaio, Francisco Bustillo, durante uma reunião com uma delegação da UE antes da Comissão Mista. Nesta terça, representantes dos dois grupos se encontrarão para tratar de questões políticas e cooperativas”, segundo o Ministério de Relações Exteriores do país sul-americano.

A delegação europeia incluiu, entre outros, o diretor para as Américas do Serviço de Ação Externa da União Européia, Javier Niño Pérez, e a diretora-geral adjunto para Parcerias Internacionais da Comissão Europeia, Myriam Ferran.

Fontes ligadas ao bloco do Velho Continente disseram que a Comissão Mista realizará uma ampla reunião nesta terça no Ministério das Relações Exteriores do Uruguai antes da viagem da delegação europeia ao Paraguai, a próxima parada entre os parceiros do Mercosul.

“Na reunião, o ministro Bustillo salientou e lamentou as dificuldades encontradas na conclusão das negociações do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, o que resulta na impossibilidade de atingir um aprofundamento das relações entre os dois blocos”, continua o comunicado da pasta.

Bustillo também destacou a importância e a utilidade de tratar na reunião da Comissão Mista as questões que afetam o relacionamento bilateral com o Uruguai e progredir sobre elas “de acordo com o excelente relacionamento que já existe”.

O Acordo de Associação entre a UE e o Mercosul foi assinado em 2019, após 20 anos de negociações, mas ainda não entrou em vigor porque depende da ratificação dos Congressos de todos os envolvidos. Há países europeus que dizem não confiar nos compromissos ambientais das nações do Mercosul.

Alguns governos, como os da França e da Holanda, têm relutado em apoiar a ratificação, argumentando que a abertura do mercado europeu para produtos agrícolas do Mercosul poderia aumentar o desmatamento na Amazônia.

Esses países têm sido particularmente críticos em relação à gestão ambiental do presidente Jair Bolsonaro e exigiram que ele se comprometa com políticas para preservar a Amazônia e cumprir os compromissos do Acordo de Paris sobre mudança climática.

No entanto, na visão de alguns governantes do Mercosul, essas são apenas desculpas para não fechar o acordo. EFE