Congressistas republicanos denunciam repressão em Cuba e cobram ação de Biden

Washington, 16 nov (EFE).- Congressistas republicanos denunciaram nesta terça-feira a repressão do governo de Cuba ao protesto promovido pela dissidência, que se deparou com um forte esquema de segurança e teve integrantes detidos, e pediram para que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aja para ajudar o povo cubano.

Em entrevista coletiva em frente ao Capitólio dos EUA, o senador republicano Marco Rubio, de origem cubana, pediu que a gestão de Biden faça de Cuba “uma prioridade diplomática” diante de repressão de um movimento de “intelectuais, jovens e artistas que querem liberdade política” por parte do governo de Miguel Díaz-Canel.

O governo cubano conseguiu na segunda-feira reprimir quase completamente o protesto promovido por dissidentes com uma forte presença policial nas principais cidades do país, detenções de opositores e bloqueios nas casas de ativistas e jornalistas independentes.

A presença da polícia nas ruas do centro de Havana era maior do que de costume, e agentes de segurança do Estado à paisana monitoravam parques e esquinas.

Entre outras ações, Rubio e a congressista republicana Maria Elvira Salazar, também de origem cubana, exigiram que a Casa Branca crie um plano para facilitar o acesso da população cubana à internet, especialmente em tempos de tensão política, como o atual.

“Pedimos que a Casa Branca trabalhe com empresas de tecnologia privadas para levar internet a Cuba. Não há desculpas porque a tecnologia está lá”, disse Salazar, que representa o distrito da cidade de Miami, um símbolo do exílio cubano nos EUA.

Para o congressista republicano Mario Díaz-Balart, filho de pais cubanos, Biden está “desaparecido em combate” neste momento, razão pela qual pediu para o presidente “estar do lado certo da história, do lado do povo cubano”.

Rubio, Salazar e Díaz-Balart foram acompanhados na coletiva por quase 20 outros legisladores, incluindo o senador Rick Scott, que também representa o estado da Flórida, e membros da Câmara dos Representantes como Carlos Giménez, da Flórida, e Pat Fallon, do Texas.

Depois de reprimir os protestos em todo o país, o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, falou em entrevista no Facebook de uma “operação fracassada” dos Estados Unidos para vender uma “imagem irreal” do seu país.

No sábado passado, horas antes do início dos protestos, as autoridades cubanas retiraram as credenciais de jornalistas e fotojornalistas da Agência EFE em Cuba sem explicar as razões nem esclarecer se tratava-se de uma medida temporária ou permanente.

Horas depois, as autoridades devolveram as credenciais a dois dos seis jornalistas da equipe, algo que a presidente da Efe, Gabriela Cañas, considera “insuficiente”, motivo pelo qual exige a devolução de todas. EFE