EUA vetam entrada de Ortega e todo o governo da Nicarágua

Washington, 16 nov (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou nesta terça-feira que o presidente reeleito da Nicarágua, Daniel Ortega, a esposa e vice-presidente, Rosario Murillo, e outros integrantes do governo sejam proibidos de entrar em território americano.

A suspensão da entrada nos EUA também será aplicada a vários outros políticos, oficiais e militares nicaraguenses, cuja entrada poderá ser restringida se o Secretário de Estado americano, Antony Blinken, o considerar apropriado.

“As ações repressivas e abusivas do governo Ortega e daqueles que o apoiam obrigam os Estados Unidos a agir”, declarou Biden em uma proclamação presidencial emitida pela Casa Branca.

Os EUA já impuseram restrições de visto a dezenas de funcionários, legisladores, promotores e juízes nicaraguenses nos últimos meses, e a ordem de Biden abre a porta para que tais sanções sejam estendidas a praticamente todos os níveis do movimento pró-governamental na Nicarágua.

A medida proíbe expressamente a entrada de “membros do Governo da Nicarágua, incluindo funcionários eleitos e membros de seu pessoal”, assim como os familiares imediatos – cônjuges e filhos – de todos eles.

Membros dos serviços de segurança da Nicarágua, incluindo os militares, a Polícia Nacional, a Direção de Operações Especiais da Polícia, a para-polícia e grupos paramilitares, bem como funcionários da administração penitenciária do país, também terão a entrada vetada. O mesmo acontece com membros seniores do judiciário, do Ministério Público e do Ministério do Interior; aqueles que trabalham para ministérios do governo, agências reguladoras, empresas paraestatais e administradores e funcionários de serviços de educação superior.

O veto também poderia ser aplicado a indivíduos que não trabalham para o governo, mas atuam como “agentes” ou em nome de qualquer um daqueles sancionados para facilitar ou lucrar com atos como “fraude eleitoral, abusos dos direitos humanos ou corrupção”.

Ortega venceu as eleições nacionais do último dia 7 na ausência de candidatos de oposição. Nos últimos meses, sete pré-candidatos vistos como principais concorrentes do chefe de Estado foram presos sob a acusação de traição, e três partidos políticos foram dissolvidos.

“As ações antidemocráticas e autoritárias do governo Ortega paralisaram o processo eleitoral e privaram os cidadãos nicaraguenses do direito de escolher seus líderes em eleições livres e justas”, denunciou Biden na proclamação. EFE