ONU condena a retirada de credenciais de jornalistas da Efe em Cuba

Genebra (Suíça), 16 nov (EFE).- O Escritório da ONU para os Direitos Humanos destacou neste terça-feira a “necessidade de proteger, respeitar e promover a liberdade de expressão e opinião”, e condenou as sanções contra jornalistas, após a decisão de Cuba de retirar as credenciais de profissionais da Agência Efe em Havana.

“Os Estados deveriam criar um ambiente em que o direito a buscar e receber informação está garantido, e em que as restrições ao trabalho dos jornalistas e da imprensa não sejam arbitrárias”, afirmou a porta-voz do Escritório das Nações Unidas que é liderado pela chilena Michelle Bachelet, Marta Hurtado.

Sem fazer menção direta ao governo de Cuba, a representante pediu aos governos que “cumpram com as normas internacionais” e destacou que direitos como a liberdade de expressão e opinião “estão fortemente inscritos nas leis internacionais sobre direitos humanos”.

O governo da Espanha, a União Europeia, os Estados Unidos, dezenas de entidades civis e de jornalistas exigiram nos últimos dias que as autoridades da ilha caribenha devolvam as credenciais que permitem o trabalho de jornalistas da Agência Efe, retiradas no sábado, dois dias antes de protestos contra o regime local.

Um dia após a revogação das credenciais de seis funcionários, dois profissionais tiveram o direito de atuar reestabelecido, medida que a presidente da Efe, Gabriela Cañas, considerou “insuficiente”.

Três dias atrás, as autoridades cubanas, sem aviso prévio, retiraram as credenciais de imprensa de jornalistas da equipe da agência, três redatores, um fotógrafo e um cinegrafista, dois dias antes de passeata contra o governo local, marcada para acontecer amanhã.

Em agosto, o coordenador de Efe em Havana também havia sido descredenciado. Além disso, está pendente há vários meses o visto de imprensa do novo responsável pela delegação da agência na capital de Cuba.

Neste domingo, foram restituídas duas credenciais para profissionais da agência, no caso, um redator e um cinegrafista. EFE