Presidente do Chile minimiza acusação que motivou processo de impeachment

Santiago do Chile, 17 nov (EFE).- O presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou nesta quarta-feira que a acusação que motivou o início de processo de impeachment do cargo – que foi rechaçado ontem pelo Senado -, “nunca teve fundamento”.

“Ontem, o Senado rejeitou uma acusação constitucional baseada em fatos falsos, suposições ou meras conjecturas”, afirmou o chefe de governo.

Piñera destacou o trabalho dos senadores chilenos, que, segundo ele, trabalharam com “seriedade e responsabilidade” durante a sessão em que eram necessários dois terços de quórum necessários (29 votos de um total de 43) para aprovar o impeachment.

“A acusação constitucional já é parte do passado. Nunca teve fundamento”, garantiu o presidente.

A rejeição do impeachment ocorreu apenas cinco dias antes de o país realizar eleições presidenciais para definir o sucessor de Piñera, que, após o resultado do julgamento no Senado, poderá permanecer no cargo até o fim do mandato, em março de 2022.

Anteriormente, a acusação havia avançado na Câmara dos Deputados e culpava o presidente por não ter cumprido o princípio da “probidade” e por “comprometer seriamente a honra da nação”, com base no que foi revelado pelo caso Pandora Papers.

A investigação jornalística revelou em outubro que o presidente chileno vendeu suas ações no megaprojeto de mineração Mina Dominga em um paraíso fiscal em 2010, pouco depois de iniciar seu primeiro mandato, e através de um contrato de venda no qual havia uma condição de política ambiental.

Além do processo político, foi aberta uma investigação a pedido do Ministério Público, que busca elucidar se foram cometidos crimes tributários e de suborno na operação financeira.

Questionado sobre o caso, Piñera destacou que, no Chile, reinam o Estado de Direito e um Poder Judiciário independente, mas lembrou que “acusações semelhantes foram descartadas pelo próprio Ministério Público”. EFE