Alemanha começa a enviar pacientes com covid-19 para o exterior

Berlim, 18 nov (EFE).- A Alemanha iniciou a transferência de pacientes com covid-19 para o exterior, diante do aumento elevado das hospitalizações, em informação confirmada nesta quinta-feira, dia que o país atingiu o recorde de casos de toda a pandemia.

De acordo com dados da Associação Interdisciplinar de Medicina Intensiva (DIVI), publicados hoje, em 100 dos 400 distritos alemães há apenas um leito livre de UTI, enquanto em outros 50, não há mais espaço para receber internados.

Embora o número total de hospitalizados nas unidades de terapia intensiva seja de 3,4 mil, menor que em momentos mais agudos da pandemia, em que chegou a ser registrado pico de 5,7 mil internados, a escassez de pessoal reduziu a capacidade das UTIs alemãs, que hoje tem menos leitos do que um ano atrás.

A situação é considerada especialmente crítica na Baviera, no sul do país, e em Baden-Württenberg, no noroeste.

Pacientes foram transferidos de helicóptero de Munique para Bolzano, no norte da Itália, segundo confirmou o diretor do hospital de Freising, na capital bávara, Rainald Kaube.

“Os serviços de saúde estão saturados, operações necessárias precisam ser adiadas, a incidência cresce e a cada dia são anunciados recordes de casos”, lamentaram a Cruz Vermelha e outras organizações, por meio de comunicado conjunto.

Hoje, o Instituto Robert Koch, referência em epidemiologia na Alemanha, anunciou a detecção de 65.371 novos positivos nas últimas 24 horas, o maior número desde o início da pandemia.

Uma semana atrás, por exemplo, a quantidade era de 50.196 em um mesmo dia.

A incidência acumulada nos últimos sete dias também atingiu o maior patamar desde que o novo coronavírus se propaga no Alemanha, chegando a 336,9 casos para cada 100 mil habitantes, contra 319,5 registrados ontem.

O boletim de hoje ainda informa a notificação de 264 mortes provocadas pela covid-19, contra 235 de sete dias atrás. EFE