EUA esperam que Nicarágua volte à OEA, mas não como "ditadura"

Washington, 19 nov (EFE).- Os Estados Unidos esperam que a Nicarágua volte um dia à Organização dos Estados Americanos (OEA), da qual se desvinculou nesta sexta-feira, mas querem antes que o país retome o desenvolvimento democrático, em crítica direta ao presidente do país da América Central, Daniel Ortega.

“Temos visto a queda da Nicarágua rumo a uma ditadura. Eles roubaram as eleições, não há como negar isso”, declarou à Agência Efe o responsável da Casa Branca para América Latina e Caribe, Juan González.

O conselheiro do presidente americano Joe Biden afirmou que o governo de Ortega e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, é “mais parecido do que gostariam de admitir” com o da família Somoza, contra a qual ele e os sandinistas lutaram há quatro décadas.

“Gostaríamos que a Nicarágua retornasse à comunidade interamericana, mas sempre apoiando os valores e princípios que todos nós subscrevemos, que são o respeito ao desenvolvimento democrático”, salientou González. “É isso que é fundamental, não é esquerda ou direita, é democracia, é a única coisa em que insistimos como região”, completou.

O governo da Nicarágua denunciou nesta sexta-feira a Carta da OEA e anunciou sua retirada da organização, que colocou em xeque as eleições presidenciais do país centro-americano. O pleito foi realizado no último dia 7, e Ortega foi reeleito para um quinto mandato.

A saída da Nicarágua da OEA poderia levar pelo menos dois anos para entrar em vigor, de acordo com a carta que rege a organização sediada em Washington, criada em 1948. EFE