OIT nega registro da morte de 6,5 mil migrantes no Catar em obras da Copa

Genebra (Suíça), 19 nov (EFE).- A Organização Internacional do Trabalho (OIT), em relatório publicado nesta sexta-feira, desmentiu as informações de que 6,5 mil migrantes morreram no Catar durante as obras de construção de estádios da Copa do Mundo de 2022.

A quantidade, segundo a agência, “nem sempre foi colocada em um contexto adequado”.

De acordo com o relatório apresentado hoje, as 6,5 mil mortes ocorreram desde 2010 no país, no entanto, não apenas nas obras dos estádios e, sequer, como consequência de acidentes ocorridos em local de trabalho.

Segundo com dados divulgados pelas autoridades do Catar, por ano, morrem em média de 2 mil e 2,4 mil pessoas, sendo cidadãos nacionais ou estrangeiros, que compõem quase a metade da população local, conforme lembra a OIT.

O relatório da Organização Internacional do Trabalho indica que, ao longo de 2020, morreram no país do Golfo Pérsico o total de 50 trabalhadores enquanto executavam suas funções, independente da nacionalidade.

Além disso, 506 pessoas sofreram acidentes graves de trabalho, e cerca de 37 mil se feriram de forma leve ou moderada, de acordo com o documento.

Segundo a OIT, 26% dos feridos graves são pessoas provenientes de Bangladesh, 18% da Índia, e quase 20% do Paquistão.

“Aproximadamente dois terços dos ferimentos ocupacionais graves e três quartos dos moderados ou leves, foram sofridos por trabalhadores destes três países”, aponta o relatório.

As quedas de locais altos, acidentes em construções e de trânsito foram as principais causas de mortes durante a execução do trabalho no Catar, afirma o OIT.

O estudo, segundo a própria agência, é o mais completo feito até hoje sobre os acidentes laborais no Catar e foi feito, justamente, para responder aos pedidos por mais transparência e responsabilidade das autoridades locais nas obras visando o Mundial de futebol.

A OIT, contudo, fez um apelo para que o governo local colete dados “de melhor qualidade e mais exatos” e aumente os esforços para investigar as mortes relacionadas ao trabalho que ainda não são classificadas dessa forma. EFE

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