Cuba apoia "valente" decisão da Nicarágua de sair da OEA

Havana, 20 nov (EFE).- O governo de Cuba apoiou neste sábado a “valente” decisão da Nicarágua de sair da Organização dos Estados Americanos (OEA), após a entidade desqualificar as eleições de 7 de novembro vencidas pelo atual presidente nicaraguense, Daniel Ortega.

O presidente cubano Miguel Díaz-Canel e o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, expressaram no Twitter apoio a um dos seus importantes países aliados na região.

Díaz-Canel disse que a Nicarágua estava mais uma vez dando “lições de soberania e dignidade, valores que são escassos nestes tempos”, ao adotar a decisão “corajosa”.

“De Cuba, todo o apoio à corajosa decisão de abandonar o Ministério das Colônias Yankees, como dizia com dignidade o nosso ministro das Relações Exteriores sobre a OEA”, escreveu o governante cubano, referindo-se ao ex-chanceler Raúl Roa (1959-1976):

Rodríguez observou, entretanto, que o anúncio do governo Ortega de se retirar da organização com sede em Washington “constitui uma resposta firme e digna às manobras do secretário-geral (Luis Almagro) dessa organização, em conluio com os Estados Unidos, para tentar interferir nas decisões que pertencem ao povo nicaraguense”.

A OEA afirmou que as eleições ganhas por Ortega e que o concederam um quinto mandato “não foram livres, justas ou transparentes e não têm legitimidade democrática”.

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Denis Moncada, enviou um comunicado a Almagro no dia anterior, no qual denunciou a Carta da entidade: “Estamos nos desassociando da OEA”.

A Nicarágua se torna assim o segundo país, depois da Venezuela, a pedir para deixar a OEA. Cuba foi excluída do sistema interamericano em 1962 devido às suas ligações com o então bloco comunista soviético e às suas diferenças com os EUA.

Os membros do bloco solicitaram a incorporação de Cuba em 2009 na 5ª Cúpula das Américas, mas o governo reiterou que não tinha nenhum interesse em retornar. EFE