Joe Biden assina documentos para a entrada de Finlândia e Suécia na Otan

O presidente do Estados Unidos, Joe Biden, assinou, nesta terça-feira (9), o protocolo que autoriza a entrada da Suécia e da Finlândia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na maior expansão da aliança militar desde os anos 1990. “Junto com nossos aliados daremos forma ao futuro que queremos ver”, declarou o chefe da Casa Branca. 

Os governos sueco e finlandês formalizaram seu pedido de ingresso na aliança militar três meses após o início da guerra na Ucrânia, em maio deste ano. Em julho, os protocolos de adesão foram assinados pelos chanceleres dos dois países europeus e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, na sede da aliança militar em Bruxelas.

Biden disse que a Rússia esperava enfraquecer a Otan, mas o que conseguiu foi o ingresso da Finlândia. “Este passo tornará a Europa e o mundo lugares mais seguros”, declarou Biden nesta terça (9).

Em junho, o presidente russo, Vladimir Putin, havia declarado que a Rússia responderia de maneira proporcional se a infraestrutura militar da Otan fosse implantada na Suécia e na Finlândia, país que faz fronteira com o território russo. Ao mesmo tempo, o Kremlin reiterou diversas vezes que os dois países nórdicos não representam uma ameaça.

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A Otan foi criada em abril de 1949, num contexto de Guerra Fria, sob pretexto de defender o mundo ocidental. Agora a aliança possui 30 países membros e bases militares em todos os continentes do mundo. 

Na sua 31ª Cúpula, em 2021, a Otan dobrou a previsão orçamentária com uma parcela por membro de US$ 2 bilhões (cerca de mais de R$ 10 bi) para os próximos dez anos. Além disso, a nova estratégia militar do bloco considera a China e a Rússia como “ameaças à segurança global”.

Segundo o regulamento interno da Organização, para que seja formalizado o ingresso da Suécia e da Finlândia é necessária a aprovaçao em consenso de todos os 30 membros. Com a decisão de Washington, falta ainda o apoio de sete nações, entre elas Grécia, Portugal, Eslováquia, República Tcheca e Turquia – único país que havia apresentado alguma resistência até o momento. 

Após realizar ressalvas, o presidente turco, Recep Tayip Erdogan, declarou, durante a última Cúpula da Otan, celebrada em Madri, em junho, que iria referendar a entrada dos novos membros. Para mudar de opinião, o governo turco exigiu o apoio da aliança militar contra as milícias kurdas, consideradas como grupos “terroristas” por Ankara. 

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Em 2021, cerca de 2,2% do PIB global foi direcionado ao setor militar – um aumento de 6,1% em relação a 2020 e de 0,7% em termos reais, considerando a variação da inflação no mesmo período. Pela primeira vez na história, o gasto militar global ultrapassou US$ 2 trilhões (mais de R$ 10 tri), segundo levantamento do Instituto Estocolmo para a Paz Mundial (SIPRI). O valor destinado ao setor de defesa é quase dez vezes superior à meta de arrecadação estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a emergência sanitária global.

Edição: Rodrigo Durão Coelho