Lula fala sobre possíveis saídas para a paz com o secretário-geral da ONU

Em reunião no Japão, presidente do Brasil diz a António Guterres que a guerra entre Rússia e Ucrânia deveria estar sendo discutida no Conselho de Segurança da ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, no início da tarde deste domingo, 21/5 (madrugada no horário de Brasília), com o português António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O encontro aconteceu em Hiroshima, no Japão, no âmbito da cúpula estendida do G7.

Na conversa, que durou cerca de meia hora, os dois falaram sobre possibilidades de um plano de paz para a guerra da Ucrânia. Para Lula, o fato do conflito não estar sendo tratado no âmbito do Conselho de Segurança da ONU demonstra a necessidade de reforma do órgão.

Guterres afirmou que foros internacionais como o G20, que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, têm uma grande contribuição a dar. No fim de 2023, o Brasil passará a ocupar a presidência do grupo.

O secretário-geral da ONU afirmou também que apoiará a iniciativa brasileira para formar um grupo de cooperação com os países que possuem grandes florestas: as nações amazônicas, a Indonésia e a República Democrática do Congo.

Por sua vez, Lula mencionou a Cúpula da Amazônia, que será realizada em agosto, em Belém (Pará), e também destacou o enorme potencial que o Brasil possui para a transição energética.

Tanto o presidente do Brasil quanto Guterres concordaram quanto à necessidade de uma reforma do sistema financeiro internacional, tanto para prevenir futuras crises sistêmicas quanto para ajudar nações em desenvolvimento.

Lula também afirmou que deseja fazer do português uma das línguas de trabalho da ONU, além das seis já utilizadas: inglês, francês, mandarim, espanhol, árabe e russo.

RELAÇÕES HISTÓRICAS — O Brasil é um dos 51 membros fundadores das Nações Unidas, organização que foi criada em 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Desde 1955, o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU é proferido pelo representante brasileiro. O Brasil também ocupou em 10 mandatos uma das vagas não-permanentes do Conselho de Segurança