Seul – O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi destituído no sábado pela Assembleia Nacional, que aprovou uma moção de impeachment com 204 votos a favor e 85 contra.
A decisão ocorre após a controvérsia gerada pela declaração de lei marcial em 3 de dezembro, revogada apenas seis horas depois.
Desde que assumiu o cargo em 2022, Yoon enfrentou forte oposição parlamentar e queda em sua popularidade, intensificada após o decreto. Milhares de manifestantes tomaram as ruas pedindo sua renúncia, o que contribuiu para a mudança de posicionamento de alguns deputados de seu próprio partido, o Poder Popular.
Moção de destituição: votação e próximos passos
A votação de impeachment, aprovada com o apoio necessário de 200 dos 300 deputados, marca a segunda tentativa de destituir o presidente em uma semana. Na primeira votação, o boicote de parlamentares governistas impediu o processo.
Com a aprovação, os poderes presidenciais de Yoon Suk Yeol estão suspensos. O primeiro-ministro Han Duck-soo assume interinamente enquanto o Tribunal Constitucional analisa a validade da decisão. O órgão possui até 180 dias para determinar se Yoon será afastado definitivamente ou retornará ao cargo. Caso a destituição seja confirmada, novas eleições presidenciais deverão ocorrer em até 60 dias.
Crise política e lei marcial
A declaração de lei marcial, no início do mês, representou a primeira medida desse tipo no país em mais de 40 anos. Durante o anúncio, Yoon acusou o Parlamento de ser um “antro de criminosos” que bloqueavam assuntos de Estado. Ele prometeu combater forças que chamou de “antiestatais” e “seguidores da Coreia do Norte”.
O episódio gerou indignação na oposição e entre aliados, aprofundando uma crise política sem precedentes. Yoon pediu desculpas pela medida no último sábado e afirmou que assumirá a responsabilidade legal e política.
Protestos nas ruas
Desde a declaração da lei marcial, milhares de pessoas protestaram em Seul, exigindo a renúncia de Yoon. Muitos consideraram a medida um ataque às liberdades democráticas. “Vamos lutar até o fim para defender a democracia”, afirmou um dos manifestantes durante os atos.
As manifestações ganharam força após o apoio de membros do partido governista à moção de impeachment, intensificando a pressão sobre o presidente.
Entenda o caso: destituição de Yoon Suk Yeol
- Lei marcial: decretada em 3 de dezembro, durou apenas seis horas.
- Votação no Parlamento: 204 votos a favor e 85 contra a destituição.
- Próximos passos: Tribunal Constitucional tem 180 dias para decidir.
- Eleições presidenciais: serão convocadas em até 60 dias se a destituição for confirmada.
- Contexto político: crise gerada por acusações de corrupção e baixa aprovação.
Com informações da YONHAP