Rio de Janeiro –
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou sua demissão na última segunda-feira, após um declínio na popularidade. Ele permanecerá no cargo até que o Partido Liberal escolha seu sucessor, mas o tempo está se esgotando para definir quem assumirá a liderança. O novo líder deverá ser eleito até o retorno do Parlamento, previsto para 24 de março. Porém, a situação política ainda é instável, pois partidos de oposição planejam derrubar o governo a qualquer momento, o que poderia levar a novas eleições.
A saída de Trudeau ocorre após uma série de fatores que impactaram sua gestão. Entre as razões estão o aumento do custo de vida, da habitação e o crescimento da imigração. Contudo, a demissão de sua ministra das Finanças, Chrystia Freeland, foi o ponto culminante que enfraqueceu ainda mais sua posição. Enquanto o governo liberal enfrenta esses desafios internos, os três principais partidos da oposição já se prepararam para uma moção de censura, pressionando pela realização de eleições antecipadas.
Possíveis sucessores de Trudeau
O nome mais comentado como possível sucessor de Trudeau é Mark Carney, ex-governador do Banco do Canadá e do Banco da Inglaterra. Carney ganhou destaque internacional ao evitar que o Canadá sofresse grandes danos durante a crise financeira global de 2008. Sua experiência em Wall Street e sua reputação como regulador duro o tornam uma figura atraente, apesar de não ter experiência política direta. Carney revelou que está considerando sua candidatura, após receber apoio significativo, mas ainda está decidindo com sua família.
Por outro lado, Chrystia Freeland, ex-ministra das Finanças, também é mencionada como uma possível candidata. Sua saída do governo, após uma crise de confiança com Trudeau, gerou especulações sobre sua futura participação no cenário político. Freeland, que tem uma forte ligação com os Estados Unidos e é reconhecida por sua postura em relação à Ucrânia, é vista por alguns como uma líder capaz de enfrentar os desafios globais.
Outra possibilidade é Dominic LeBlanc, atual ministro das Finanças e amigo próximo de Trudeau. LeBlanc tem sido uma figura chave dentro do Partido Liberal e sua proximidade com o atual primeiro-ministro o coloca como um nome forte, apesar de seu histórico mais discreto na política canadense.
Desafios externos e tensões com os EUA
O novo primeiro-ministro enfrentará, além das questões internas do país, desafios externos significativos. As relações com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, estão em frangalhos. Trump tem ameaçado o Canadá com tarifas aduaneiras de 25% em produtos canadenses e se referiu ao país como o “51º Estado” dos Estados Unidos, colocando em risco a estabilidade econômica da região.
Entretanto, o governo de Joe Biden, presidente cessante dos EUA, tem sido um aliado firme de Trudeau. Após a demissão de Trudeau, Biden elogiou a liderança do primeiro-ministro, destacando a força da aliança entre os dois países. Biden afirmou que os laços entre os Estados Unidos e o Canadá são mais fortes graças à liderança de Trudeau.
Entenda o caso: O futuro do Canadá sem Trudeau
- Trudeau renunciou após queda de popularidade, provocada por fatores econômicos e pela saída de Freeland.
- O Partido Liberal enfrenta um desafio urgente para escolher um sucessor até março.
- Mark Carney, Chrystia Freeland e Dominic LeBlanc são os principais nomes cotados para a sucessão.
- A relação com Donald Trump pode complicar ainda mais o cenário político canadense.