Prêmio BEI: educadores de todo o Brasil recebem prêmio por projetos

Em sua primeira edição, Prêmio BEI de Educação Financeira para Escolas Públicas seleciona dez educadores para um reconhecimento por projetos pedagógicos envolvendo o tema

O Instituto BEI reuniu educadores, especialistas em economia e organizações da sociedade civil na sede da B3, em São Paulo, para a cerimônia de premiação da primeira edição do Prêmio BEI de Educação Financeira para Escolas Públicas.

Foram reconhecidos educadores de diversos estados do país, que se inscreveram no edital do prêmio e foram avaliados por um Comitê de Especialistas. Os projetos selecionados foram desenvolvidos em escolas públicas e envolveram o tema da educação financeira de forma qualificada, a partir de metodologias eficazes para a aprendizagem do tema.

A cerimônia contou com a participação de Sandra Battistella, Diretora Executiva do Instituto BEI; Ana Buchaim, Diretora Executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação, Sustentabilidade e Social da B3; Luciana Campos, Gerente de Relações Institucionais do Itaú Unibanco; Ana Inoue, Superintendente do Itaú Educação e Trabalho; e Ilan Goldfajn, economista e ex-presidente do Banco Central.

Desde 2019, a Base Nacional Comum Curricular, que regulamenta os conteúdos a serem trabalhados nas escolas brasileiras, incluiu a Educação Financeira entre os temas que deverão constar nos currículos de todo o país. Com isso, o Prêmio BEI de Educação Financeira para Escolas Públicas foi idealizado pelo Instituto BEI com o propósito de identificar, valorizar e reconhecer educadores de escolas públicas que implementam essa temática em sala de aula de forma qualificada.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio, o Brasil é um país com 79% das famílias endividadas e 30% inadimplentes. Além disso, apenas 40% da população adulta domina conceitos financeiros elementares, de acordo com a pesquisa realizada em 2016 pela Standard & Poor’s em Parceria com o Banco Mundial.

De acordo com Sandra Battistella, Diretora Executiva do Instituto BEI, essa realidade, somada ao fato de que o sistema financeiro está cada dia mais sofisticado, dimensionam a importância de incentivar os conceitos de educação financeira para aproximar as crianças e os jovens desse assunto com responsabilidade, respeitando a atual condição de suas famílias e as ensinando a tomar decisões de forma consciente para o futuro.

“Educar financeiramente o jovem brasileiro é urgente e indispensável para favorecer sua formação como cidadão e prepará-lo para os desafios da vida adulta. Sabendo que os professores são os maiores responsáveis pela condução dos estudantes na sua jornada de aprendizagem e transformação, queremos que esse prêmio possa inspirar e encorajar educadores a lecionar sobre o tema”, acrescenta Sandra.

O Prêmio BEI de Educação Financeira para Escolas Públicas tem patrocínio da B3 Social e Itaú Unibanco, e apoio do CONSED (Conselho Nacional de Secretários de Educação), Gol Linhas Aéreas, Associação Nova Escola, Fundação Roberto Marinho, Canal Futura e Dengo Chocolates.

Educação Financeira de norte a sul do País: os educadores premiados

Entre os professores premiados, o Prêmio Destaque foi para a professora de geografia Vanderlize San Martins Lima, do Rio Grande do Sul. Seu projeto levou a educação financeira para dentro da casa dos estudantes. Juntos, investigaram o motivo do endividamento de suas próprias famílias através de gráficos sobre consumo, valores de cestas básicas e demais custos do cotidiano. 

Em uma segunda etapa, criaram cerca de 7 aplicativos de jogos, que elucidaram a importância de economizar e poupar, de forma divertida e simples. Os aplicativos passaram a ser usado pelas famílias, gerando mudanças na maneira de utilizar os recursos.

Além da primeira colocada, destaque para os cinco primeiros. Entre eles, o professor de química, Dhion Meyg da Silva Fernandes, levou o tema para sua escola da Rede Municipal de Ensino, no Sertão Central do Estado do Ceará. Seu projeto levou a temática da Educação Financeira para o universo da Agropecuária, uma das atividades socioeconômicas mais importantes da região.

No Mato Grosso, a professora de matemática Rosangela Nascimento coordenou seus alunos para uma aula prática de gestão de recursos financeiros por meio da criação de uma cantina escolar, com atividades que envolviam compra dos ingredientes, preparo, venda e fechamento do caixa. Ao todo, participaram 120 alunos divididos em 4 turmas, que viveram a prática do empreendedorismo no dia a dia.

No Rio de Janeiro, a professora Eline das Flores Victer, da disciplina de matemática, apresentou o tema aos alunos por meio de um aplicativo chamado “Quem é você no jogo financeiro”, que mapeava a maneira como os alunos e seus familiares lidavam com a questão financeira no dia a dia, para que pudessem refletir sobre formas mais conscientes de usar os recursos financeiros.

Em Pernambuco, a professora Adriana Maria, criou um projeto interdisciplinar de português e matemática. Em diferentes etapas, as aulas envolveram pesquisas de campo com as contas de casa, criação de gêneros textuais como campanhas publicitárias e a criação de microempresas para a aplicação dos conceitos na prática.

Instituto BEI  

O Instituto BEI é uma organização social fundada em 2018, que desenvolve programas educacionais e implementa projetos, que estimulam debates e colaboram para formação de políticas públicas. Em uma conexão entre a academia e a sociedade, conta com o apoio de especialistas para realizar pesquisas e buscar as melhores soluções para ações de impacto em diferentes frentes, desde o meio ambiente, ao desenvolvimento urbano e exercício da cidadania.  

Desde a sua fundação, o Instituto BEI já impactou mais de 85 mil jovens com o programa de educação financeira “Aprendendo a Lidar com Dinheiro”. Recentemente, estruturou o projeto Cora – Corações da Amazônia, que visa apoiar a educação dos jovens da Amazônia Legal. Com sua primeira iniciativa, o programa oferece bolsa permanência para universitários indígenas da região.