OSCAR 2014: CLUBE DE COMPRAS DALLAS – UMA SURPRESA AGRADÁVEL

A coluna CINE VISTO continua analisando os filmes indicados ao prêmio de Melhor Filme no Oscar de 2014.

A coluna CINE VISTO continua analisando os filmes indicados ao prêmio de Melhor Filme no Oscar de 2014. São nove ao todo. Três produções já foram analisadas: Gravidade, Capitão Phillips, Trapaça, Ela e 12 Anos de Escravidão. Hoje é a vez de Clube de Compras Dallas.

O filme está concorrendo em 6 categorias: Melhor Filme, Melhor Ator (Matthew McConaughey), Melhor Ator Coadjuvante (Jared Leto), Melhor Roteiro Original, Melhor Montagem e Melhor Maquiagem e Cabelo.

Eis a sinopse: baseado em uma história real, o filme se passa na década de 1980 e retrata o dia a dia do eletricista texano Ron Woodroof (Matthew McConaughey) após ser diagnosticado com o vírus da AIDS. Em uma batalha contra a indústria farmacêutica e os próprios médicos, Ron procura tratamentos alternativos e passa a contrabandear drogas ilegais do México.

O filme é surpreendentemente bastante convincente. Mesmo com personagens pouco carismáticos, a história se desenvolve de maneira muito simples e (pasmem) bastante leve. A crítica, mesmo sendo feita em uma outra época, não deixa de ser uma alfinetada às indústrias farmacêuticas que lucram cada vez mais com os males da sociedade.

Nunca é demais falar sobre a prevenção, e poucos filmes acertam a mão na hora de tratar do tema. Este aqui é bem realista sem forçar a catarse. O protagonista está longe de ser um queridinho, um mocinho sofredor. Pelo contrário: é arrogante, pedante, ignorante. McConaughey desenvolve o personagem de maneira esplêndida. Juro que nunca fui um grande admirador  de suas atuações, mas tive de me render a essa interpretação emblemática (emagreceu mais de 20 quilos para o papel!) que o coloca como grande favorito ao prêmio de Melhor Ator.

Outro grande destaque é Jared Leto. E não é que enfim gostei de algo desse cara?! O líder da banda 30 Seconds to Mars dá vida ao travesti Rayon, que possui o vírus HIV e torna-se sócio de Ron Woodroof na negociação ilegal de medicamentos. O questionado ator tem tudo para sair com uma estatueta.

Uma montagem interessante, aliada a um roteiro consistente, atuações de qualidade, produção competente, direção lúcida, pode ser que o filme surpreenda no Oscar. Pelo menos eu já me surpreendi muito para um filme que achava que não seria nada. Vale a pena conferir! O filme estreia, por aqui, dia 21 de fevereiro.