© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Atualizado em 30/11/2025 04:02

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não protocolou o recurso esperado de segundos embargos de declaração contra a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), cujo prazo se encerrou na noite de segunda-feira (24/11/2025).

Essa omissão tem implicações jurídicas significativas, abrindo caminho para o trânsito em julgado da condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão em regime inicial fechado, imposta em setembro.

O Que Significa a Ausência do Recurso

Os embargos de declaração são recursos que visam apenas esclarecer vícios remanescentes (omissão, contradição, obscuridade ou erro material) em uma decisão, e não revertê-la.

  • Trânsito em Julgado: Com o encerramento do prazo sem o recurso, o Ministro Alexandre de Moraes pode declarar o trânsito em julgado em relação a Bolsonaro. A certidão de trânsito em julgado é o documento que atesta o fim da fase de recursos e permite o início da execução penal, ou seja, o cumprimento definitivo da pena.
  • Situação Atual: Atualmente, Bolsonaro está detido preventivamente na Superintendência da Polícia Federal (PF) desde sábado (22/11), por outro processo (coação), e não pela condenação de 27 anos. A execução penal mudaria o status da sua prisão de preventiva para cumprimento de pena.
  • Recurso de Aliados: Os aliados condenados Augusto Heleno, Almir Garnier e Braga Netto apresentaram os embargos dentro do prazo. Moraes decidirá se encaminha o recurso deles para análise ou se o considera protelatório.

Outros Caminhos de Recurso

A defesa ainda possui uma última via, embora com baixa probabilidade de sucesso:

  • Embargos Infringentes: Este recurso só é cabível quando há, no mínimo, dois votos divergentes no julgamento. No caso do núcleo 1, apenas o Ministro Luiz Fux divergiu antes de migrar para a Segunda Turma. Devido à jurisprudência da Corte, a probabilidade de rejeição deste recurso é considerada alta. O prazo para protocolá-lo é até o fim desta semana.

⛓️ Prisão Preventiva Atual

Bolsonaro está preso preventivamente desde a manhã de sábado (22/11) sob alegação de necessidade de garantir a ordem pública.

  • Motivos Citados: O pedido da PF, respaldado pela PGR e acatado por Moraes, citou o risco de fuga devido à vigília convocada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a violação da tornozeleira eletrônica.
  • Violação da Cautelar: Um vídeo nos autos mostra Bolsonaro confessando ter usado um ferro de solda para queimar o dispositivo preso ao tornozelo, o que levou à necessidade de substituição horas antes de ser decretada a preventiva.
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JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.