O deputado federal Dal Barreto (União Brasil-BA) é investigado na sexta fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
A operação mira uma organização criminosa que supostamente desviou recursos de emendas parlamentares via contratos superfaturados, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro em prefeituras da Bahia.
Barreto teve seu celular apreendido no Aeroporto de Salvador no dia 14 de outubro de 2025, durante cumprimento de mandados de busca e apreensão realizados em sua residência, em Amargosa (BA), e em postos de combustíveis ligados a ele. Segundo levantamento do UOL, empresas ligadas ao deputado receberam R$ 30,9 milhões de 13 prefeituras baianas somente em 2022.
Crescimento patrimonial e rede de postos
Em 2008, Dal Barreto declarou R$ 516 mil em bens ao tentar se eleger prefeito de Amargosa. Hoje, sua declaração oficial soma R$ 7,3 milhões, um patrimônio 15 vezes maior, incluindo terrenos, fazendas, helicóptero e empresas. Entre 2008 e 2018, Barreto expandiu seu negócio de um único posto para mais de 200 postos de combustíveis, com contratos para fornecer combustíveis, aluguel de veículos e transporte escolar a prefeituras.
A operação também investiga a ligação do deputado com o empresário Roberto Augusto Leme da Silva (Beto Louco), apontado como operador do PCC e foragido desde agosto de 2025. O vínculo incluiria negócios de revenda de combustíveis e planos de expansão fora de São Paulo.
Contexto da Operação Overclean
A Operação Overclean é coordenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e visa desarticular a organização criminosa que teria desviado cerca de R$ 1,4 bilhão em recursos públicos, especialmente em municípios baianos. O grupo é suspeito de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. O deputado negou envolvimento e reforçou seu compromisso com a legalidade, afirmando que as provas serão esclarecidas judicialmente.
Implicações
A investigação sinaliza um aprofundamento no controle das condutas ilícitas envolvendo agentes públicos e contratos municipais na Bahia. O caso reforça a importância do monitoramento rigoroso da destinação de emendas parlamentares e o combate estrutural à corrupção nos órgãos públicos.
