O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a radicalizar seu discurso neste domingo (7), ao divulgar um vídeo em que ameaça diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além da esposa e dos filhos do magistrado.
Na gravação, transmitida por chamada de vídeo a manifestantes de extrema-direita em Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS), Eduardo fez ataques pessoais e prometeu retaliações. “Moraes, você, a sua mulher, e depois dela, que quem será sancionado serão seus filhos. Eu vou atrás de cada um de vocês”, declarou o deputado, em tom de intimidação.
As falas foram classificadas por juristas como uma ameaça criminosa e incompatível com o mandato parlamentar, intensificando o confronto aberto entre a família Bolsonaro e o Judiciário.
Ações internacionais e indiciamento
Além do discurso violento, Eduardo Bolsonaro atua nos bastidores para tentar pressionar o Supremo. O deputado articula com o governo de Donald Trump a adoção de tarifas contra produtos brasileiros e sanções pessoais contra Moraes, numa ofensiva que mira enfraquecer a Corte e livrar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, de uma eventual condenação.
Em 20 de agosto, a Polícia Federal indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro por obstrução de Justiça, acusando-os de tentar dificultar as investigações da trama golpista. Segundo a PF, o filho “03” de Bolsonaro foi peça-chave na articulação de uma rede internacional contra ministros do STF.
A ofensiva resultou na abertura de um inquérito específico contra Jair Bolsonaro, que hoje cumpre prisão domiciliar por descumprimento de decisões judiciais e enfrenta julgamento que pode levá-lo à prisão em regime fechado.
Escalada contra a democracia
As ameaças de Eduardo Bolsonaro escancaram a estratégia da extrema-direita de tensionar instituições e personalizar ataques contra integrantes do STF, apostando na intimidação como arma política. O episódio ocorre justamente no momento em que a Corte analisa as responsabilidades criminais do ex-presidente na tentativa de golpe de 2022.
