O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se emocionou durante um evento na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, ao abordar a alta incidência de casos de feminicídio no Brasil. Lula, visivelmente tocado, questionou publicamente a eficácia do Código Penal diante da brutalidade da violência contra as mulheres.
“O que está acontecendo na cabeça desse animal que é tido como a espécie mais inteligente do planeta Terra para tanta violência?”, questionou o presidente, manifestando sua indignação.
Apelo da Primeira-Dama
Lula compartilhou um momento pessoal, contando que a primeira-dama, Janja da Silva, chorou ao tomar conhecimento dos casos recentes de violência. O presidente revelou que ela lhe fez um apelo direto:
“E hoje no avião ela pediu para mim: ‘Lula, assuma a responsabilidade de uma luta mais dura contra a violência do homem contra a mulher’”, relatou o presidente, indicando o forte apoio e o engajamento de sua esposa na causa.
Aumento da Pena
Em outubro de 2023, o presidente sancionou uma lei que endureceu o tratamento legal ao feminicídio. A medida elevou a pena máxima para o crime para até 40 anos de prisão. Antes da alteração, as sentenças variavam de 12 a 30 anos.
A nova legislação também estabeleceu que os autores de feminicídios estão impedidos de exercer cargos públicos, buscando oferecer uma resposta mais eficaz contra a violência de gênero.
Brutalidade dos Casos
O Brasil registra mais de mil feminicídios por ano, ultrapassando a marca de 1.200 casos em 2024, segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp).
Durante o discurso, Lula citou casos recentes de violência extrema, como o de um homem que atirou na esposa, outro que assassinou uma mulher grávida e incendiou a casa, e um terceiro que atropelou e arrastou uma mulher por 1 km, causando a amputação das pernas da vítima.
Diante da brutalidade, Lula questionou a suficiência das penas brasileiras. “O Código Penal tem pena para fazer justiça a um animal irracional como esse?”, indagou o presidente, chegando a sugerir que, para ele, a pena de morte seria “suave” diante da gravidade dos atos.
