O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu alterar sua agenda e viajar à Colômbia nesta sexta-feira (7) para participar da cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia. O objetivo é articular uma manifestação conjunta de solidariedade regional à Venezuela, em resposta à recente ação militar dos Estados Unidos no Caribe, segundo informações de O Globo.
Apoio político e defesa da paz regional
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que Lula pretende levar à reunião uma posição firme de apoio à soberania venezuelana e de repúdio às tensões militares na América Latina.
“É uma solidariedade regional à Venezuela, tendo em vista que o presidente tem dito repetidamente que a América do Sul é uma região de paz e cooperação”, afirmou o chanceler.
Vieira ressaltou que o gesto diplomático não deve afetar as relações econômicas com Washington.
“Os contatos com os Estados Unidos dizem respeito sobretudo a questões comerciais e bilaterais”, explicou, mencionando as negociações para reduzir as tarifas impostas pelo governo americano a produtos brasileiros.
Lula em Belém antes da cúpula
Antes de seguir para a Colômbia, Lula cumpre agenda em Belém (PA), onde participa da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Nesta quarta-feira (5), o presidente se reuniu com líderes internacionais, entre eles os presidentes da Finlândia, do Congo e de Comores, além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Tensões no Caribe
As manobras militares dos Estados Unidos no Caribe, iniciadas em setembro, envolvem o envio de navios de guerra e caças para Porto Rico, sob o argumento de combater o tráfico de drogas. Especialistas, porém, afirmam que as ações podem configurar execuções extrajudiciais, uma vez que não há provas de que os alvos tenham ligação com o narcotráfico.
Washington ainda não apresentou evidências de que os ataques sejam legalmente justificados.
Planos dos EUA para ofensiva contra a Venezuela
De acordo com o The New York Times, o governo do ex-presidente Donald Trump chegou a elaborar planos de ofensiva militar direta contra unidades das Forças Armadas da Venezuela e estratégias para controlar campos de petróleo do país. Fontes ouvidas pelo jornal afirmaram que, embora Trump tenha relutado em autorizar uma intervenção direta, parte de seus assessores defendia ações mais agressivas, inclusive a destituição do presidente Nicolás Maduro.