A prisão de Jair Bolsonaro em 2025 é o catalisador que faltava. O evento não é apenas um marco jurídico, mas um divisor de águas na política brasileira, expondo a fragilidade e a toxicidade da dependência da direita.
O cenário para 2026 exige uma bifurcação inevitável, forçando a chamada “centro-direita democrática” a tomar uma decisão dolorosa: ou se liberta da “tornozeleira eletrônica” ideológica imposta pelo bolsonarismo radical, ou continua refém da radicalização e da derrota.
O Desafio da Ruptura
O grande teste para a direita brasileira não é encontrar um novo nome, mas sim o timing e a coragem para a ruptura. Enquanto a centro-direita não se desvencilhar da sombra e do peso morto do bolsonarismo, ela permanecerá aprisionada à loucura de uma extrema direita que se preocupa apenas com a própria sobrevivência e grievance politics (política do ressentimento).
A questão é: quem será o primeiro a chutar a tornozeleira eletrônica? É a única chance de a direita voltar a dialogar com um eleitorado minimamente racional e moderado.
📉 Os Herdeiros: Desidratados e Isolados
Os herdeiros políticos do clã Bolsonaro chegam a este novo cenário politicamente “desidratados”, com seu capital político queimado e sem capacidade de expandir a bolha além dos devotos radicais. A “dinastia” sequer consegue sustentar a própria narrativa, muito menos um projeto de poder nacional:
- Eduardo Bolsonaro: Já está considerado carta fora do baralho para qualquer projeto sério. Conseguiu a proeza de se inviabilizar politicamente ao abraçar causas tão estúpidas quanto o “tarifaço” contra o próprio país. A loucura ideológica não vende fora do nicho.
- Flávio Bolsonaro: Sempre que tenta se posicionar como o “bolsonarista razoável” – um título que já é um paradoxo – seu capital político é prontamente destruído. Foi o escândalo da Rachadinha no início, e agora, a burrice política de convocar vigílias de apoio que, no fim, só serviram como prova para justificar a prisão preventiva do pai. Um mestre em auto-sabotagem.
- Carlos Bolsonaro: Nunca esteve, e jamais estará, na conversa. Sua função se resume a ser o “moderador” do porão virtual do clã, incapaz de oferecer qualquer liderança ou moderação, nem mesmo dentro da extrema direita.
A prisão de Bolsonaro não apenas o isola, mas também expõe a vacuidade e a inépcia política de seus filhos, criando um vácuo que a direita democrática tem a obrigação de preencher, caso queira sobreviver até 2026.
