Brasília – Bolsonaristas escolheram um novo nome para simbolizar a campanha em defesa da anistia aos envolvidos no ataque de 8 de janeiro de 2023. A manicure Eliene Amorim de Jesus, presa por participação nos atos golpistas em Brasília, se tornou a principal referência da mobilização liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
A decisão de destacar Eliene ocorre após a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos receber o direito de aguardar julgamento em prisão domiciliar. A medida foi concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que considerou excessiva a pena aplicada.
Bolsonaro defende liberdade para Eliene
No domingo (30), Bolsonaro usou as redes sociais para criticar a prisão de Eliene. Em publicação no X (antigo Twitter), afirmou que ela é “manicure, missionária da Assembleia de Deus e estudante de psicologia” e que foi detida “por acompanhar os acampamentos como pesquisadora”. O ex-presidente garantiu que todas as imagens mostram Eliene “com papel e caneta na mão”.
Ele ainda reforçou a narrativa de que os presos pelo 8 de janeiro são vítimas de perseguição política. “Por isso, não podemos recuar. Temos que seguir exigindo liberdade e anistia para todos os presos políticos do 8 de janeiro”, declarou.
Acusações contra Eliene
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Eliene pelos crimes de:
- Golpe de Estado;
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Deterioração de patrimônio tombado;
- Dano qualificado com violência e grave ameaça.
De acordo com a PGR, ela viajou do Maranhão para Brasília e participou ativamente dos atos golpistas. O órgão destaca imagens e mensagens que demonstram seu envolvimento, incluindo fotos dentro do Palácio do Planalto e publicações com frases de incentivo ao movimento.
Além disso, investigações apontam ligação entre Eliene e Antônio Freire Gomes, conhecido como Antônio Patriota, que teria organizado o transporte de manifestantes até Brasília.
LEIA TAMBÉM
Repercussão entre bolsonaristas
Mesmo com as provas apresentadas, aliados de Bolsonaro continuam pedindo a liberação da manicure. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro questionou a prisão e afirmou: “Qual ameaça essa moça representa?”.
Entenda o caso: campanha bolsonarista pela anistia
- Bolsonaristas pedem anistia para presos pelo 8 de janeiro de 2023;
- Eliene Amorim se tornou o novo símbolo da campanha;
- Bolsonaro e aliados alegam perseguição política;
- STF e PGR apontam provas de participação nos atos golpistas;
- Discussão sobre anistia segue no Congresso Nacional.