Brasília – O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete aliados no Supremo Tribunal Federal (STF) gerou reações entre parlamentares bolsonaristas. A presença de Ivo Herzog e Hildegard Angel, filhos de vítimas da ditadura militar, no plenário da Primeira Turma foi interpretada como uma tentativa de vincular o ex-presidente ao regime.
Deputados bolsonaristas reagem à presença de familiares
Parlamentares próximos a Bolsonaro consideraram a presença dos familiares uma “afronta” e criticaram a decisão do STF de permitir que ocupassem assentos no plenário. Ivo Herzog é filho do jornalista Vladimir Herzog, morto sob tortura em 1975, enquanto Hildegard Angel é filha da estilista Zuzu Angel, assassinada pelo regime militar.
Além deles, Lucas Herzog, neto de Vladimir Herzog, também acompanhou o julgamento. Os três se sentaram na primeira fileira do plenário, o que irritou deputados aliados de Bolsonaro.
Coronel Meira protesta contra restrição de acesso
O deputado federal Coronel Meira (PL-PE) demonstrou indignação ao ser impedido de entrar no plenário. Ele alegou que parlamentares bolsonaristas não conseguiram acesso por conta da presença dos familiares das vítimas da ditadura.
“Eles colocaram servidores e familiares de vítimas da ditadura lá dentro, mas não colocaram os deputados”, criticou Meira.
Ivo Herzog e Hildegard Angel falam sobre presença no julgamento
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Ivo Herzog e Hildegard Angel justificaram a ida ao STF como um compromisso com a história e um dever moral.
“Este é um momento histórico. Temos uma obrigação pessoal de estar aqui”, afirmou Ivo Herzog.
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Entenda o caso: julgamento de Bolsonaro no STF
- O STF analisa a denúncia contra Jair Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe de Estado.
- Os réus são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
- A Primeira Turma do STF conduz o julgamento, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.
- A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou os investigados com base em supostas articulações para desestabilizar as instituições democráticas.