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Bolsonaro ataca STF e defende anistia a golpistas

Ex-presidente compara réus do 8 de janeiro a militantes da ditadura e volta a mirar no STF

Brasília – Em nova investida contra o Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender a anistia aos envolvidos no ataque golpista de 8 de janeiro de 2023, comparando os presos ao grupo de militantes da esquerda armada anistiados no pós-ditadura. O tom da fala, como de costume, foi o de vítima do “sistema” e justiceiro da “família brasileira”.

Em postagem nas redes, Bolsonaro se disse indignado com o que chamou de “contraste” entre os que depredaram os três Poderes e os integrantes do MIR e da VAR-Palmares. Ignorando contextos históricos, ele reclamou que “gente que sequestrou foi indenizada com dinheiro público”, enquanto “pais de família” foram condenados por “protestar”.


Narrativa da vitimização

Segundo Bolsonaro, mais de 2 mil pessoas foram presas “sem provas” e “sem antecedentes”. Ele criticou o que classificou como falta de direito à defesa, citando casos de “idosos e mães de família”. A fala segue o roteiro de sempre: negar o golpismo, exaltar os condenados como mártires e atacar o Judiciário.

“Não se trata de negar responsabilizações”, escreveu ele, “mas como justificar 17 anos de prisão para alguém sem histórico violento, enquanto sequestradores ganham pensão vitalícia?”


Mobilização pela anistia

A publicação foi feita poucos dias após a presença de Bolsonaro em ato com aliados no Congresso Nacional, na quarta (7). Batizado de “Caminhada Pacífica pela Anistia Humanitária”, o evento reuniu bolsonaristas que pressionam pela votação de um projeto de lei para perdoar os envolvidos no 8 de janeiro.

O ex-presidente usou o palanque para reforçar a ideia de que “anistia é prerrogativa do Legislativo” e alfinetou o STF: “Ninguém tem que se meter em nada”, disse, num tom nada pacífico.


Críticas à distorção histórica

A comparação entre os golpistas de 2023 e os militantes da luta contra a ditadura gerou reações imediatas. Juristas e analistas acusaram Bolsonaro de distorcer a história e ignorar que o regime militar foi um período oficialmente reconhecido como de exceção constitucional.

A Comissão de Anistia, ligada ao Ministério dos Direitos Humanos, foi criada para reparar abusos do Estado e não para livrar golpistas de consequências legais. Mas parece que para o capitão reformado, tudo é relativo — desde que sirva à própria narrativa.

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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