Acusando o Golpe

Bolsonaro confessa conversa sobre Estado de Sítio e teme prisão

Ex-presidente afirma que debate sobre o tema é comum no governo
30 de março de 2025
1 min de leitura
Jair Bolsonaro © Lula Marques/Agência Brasil
Jair Bolsonaro © Lula Marques/Agência Brasil

Brasília – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, neste sábado (29), que discutiu com aliados a possibilidade de decretar Estado de Sítio, Estado de Defesa e acionar o artigo 142 da Constituição para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. Segundo Bolsonaro, esses temas são comuns dentro do governo e foram analisados, mas a ideia foi descartada rapidamente.

Durante a entrevista, Bolsonaro alegou que não esperava o resultado das eleições e, após recorrer à Justiça Eleitoral, recebeu uma multa de R$ 22 milhões. Ele afirmou que, diante da decisão do ministro Alexandre de Moraes, buscou alternativas dentro da lei. “Conversei com pessoas sobre o que poderia ser feito. Avaliamos o Estado de Sítio, Estado de Defesa e o artigo 142, mas descartamos logo de cara”, declarou.

Ideia de golpe foi rejeitada

Bolsonaro afirmou que nunca houve intenção real de um golpe, pois isso exigiria suporte da mídia, empresários, núcleos religiosos e do Parlamento. “Um golpe não se resolve em meses, leva anos. Para isso, precisávamos avaliar o pós-golpe, e a ideia foi imediatamente descartada”, afirmou.

Ele reforçou que considera normal debater tais temas dentro do governo. “É necessário discutir com diversas pessoas. Tenho confiança nos militares e falei inicialmente com o ministro da Defesa. Depois, reunimos outras lideranças e concluímos que, mesmo que houvesse um fundamento, não era viável seguir adiante”, disse.

Bolsonaro e aliados são réus

Na quinta-feira (27), o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou Bolsonaro e sete aliados réus por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Dentre os acusados, cinco são militares. Caso condenados, podem pegar até 43 anos de prisão.

O ex-presidente classificou a possibilidade de prisão como o “fim da sua vida” e negou qualquer tentativa de deixar o Brasil. “Eu me sinto bem, tenho 70 anos e quero o melhor para o meu país”, disse.


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Entenda o caso: a investigação sobre tentativa de golpe

  • Discussão interna: Bolsonaro admitiu ter conversado sobre a possibilidade de decretar Estado de Sítio e Estado de Defesa.
  • Rejeição da ideia: Segundo ele, o plano foi analisado, mas não levado adiante.
  • Ação no STF: Bolsonaro e aliados viraram réus por tentativa de golpe e outros crimes.
  • Possíveis penas: A acusação pode resultar em até 43 anos de prisão.

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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