Brasília – O ex-presidente Jair Bolsonaro demonstrou insatisfação com o resultado da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados. Segundo ele, houve “traição” por parte de parlamentares aliados, já que Marcel Van Hattem (Novo-RS) recebeu 33 votos, mesmo tendo apenas quatro deputados do Novo na Casa.
A vitória do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) com 444 votos consolidou seu cargo até 2027. O resultado refletiu um amplo apoio partidário, abrangendo siglas da direita à esquerda, incluindo o PL e o PT.
Racha na direita e disputa interna
Bolsonaro apoiava Motta, mas a quantidade de votos em Van Hattem gerou descontentamento. Ele considera que parte dos votos veio de parlamentares do PL, partido que ele influenciou ativamente. Como a eleição ocorreu por meio de voto secreto, as suspeitas de deserção aumentaram.
Essa divisão dentro da base aliada do ex-presidente gerou tensão entre os que defendem uma postura mais “intransigente” contra o Centrão e aqueles que buscam um diálogo com partidos do centro.
Parlamentares trocam acusações
O deputado Ricardo Salles (Novo-SP) celebrou os votos obtidos por Van Hattem e declarou que esse resultado representa “valores da direita liberal conservadora”. Em resposta, Mario Frias (PL-SP) criticou Salles e afirmou que houve um “teatro” para “desgastar Bolsonaro” e favorecer candidaturas futuras em 2026.
A discussão se intensificou quando Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comentou a divisão na direita e criticou os parlamentares que votaram em Van Hattem. “A troco de quê? De dar palanque para vocês tentarem se turbinar para as próximas eleições?”, questionou o filho do ex-presidente.
Entenda o caso: crise no PL após a eleição na Câmara
- Bolsonaro apoiou Hugo Motta, que venceu com 444 votos.
- Marcel Van Hattem obteve 33 votos, apesar de seu partido, o Novo, ter apenas quatro deputados.
- Bolsonaro criticou suposta traição e indicou que votos em Van Hattem partiram do PL.
- Parlamentares discutiram nas redes sociais, com acusações de divisão e estratégia eleitoral para 2026.